|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Corte na Selic pode parar por quase um ano
O repique inflacionário de agosto poderá ajudar a segurar os cortes na taxa básica de juros (Selic) até meados do próximo ano. O salto de 1,39% no IGP-DI no mês, ante o aumento de 0,37% de julho, somado à turbulência internacional ao aumento no uso da capacidade produtiva, entre outros sinais, poderá fazer com que o BC (Banco Central) promova uma longa parada estratégica para avaliar os indicadores de atividade e inflação, antes de retomar os cortes na Selic.
A MCM Consultores acredita que, após o corte de 0,25 ponto percentual anunciado ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o BC irá suspender as reduções. "Se tudo voltar à normalidade, sem grandes pressões inflacionárias, o BC deverá retomar os cortes na taxa básica em meados de 2008", diz Basiliki Litvac, economista da MCM.
Já a Tendências Consultoria agora acha que haverá mais um corte de 0,25 ponto em 2007, em outubro. A consultoria acreditava que haveria mais três cortes, incluindo o de ontem. A Tendências está revendo suas previsões, mas, segundo o economista Gian Barbosa, o BC deverá levar pouco menos de um ano para voltar a reduzir a Selic. "Isso deverá acontecer no fim de 2008", diz ele.
O aumento do IGP-DI em agosto é o maior desde maio de 2004, e o do IPA (Índice de Preços do Atacado), que o compõe, é o mais alto dos últimos quatro anos e meio.
O maior problema com o aumento do IGP-DI, diz Raphael Castro, economista da LCA, é que ele tende a carregar uma inércia inflacionária grande para 2008. Isso porque o índice é a base de reajustes para preços administrados, como energia elétrica, e de itens como aluguéis. "Acendeu uma luz amarela", diz Castro.
De todo modo, nenhum dos economistas ouvidos pela Folha espera a manutenção dos índices inflacionários acima de 1% para os próximos meses. "O fenômeno de alta não é tão pontual para dizer que acaba no mês que vem, mas também não tem fôlego para manter-se tão forte ao longo do tempo", diz Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da Fundação Getulio Vargas.
De acordo com ele, houve uma série de pressões que aconteceram simultaneamente, como entressafras de grãos, leite, carne e aves e quebras de safras. Além disso, houve o aumento da demanda interna, graças ao aumento da massa salarial e internacional. "Nem todos esses fatores vão ceder ao mesmo tempo, mas tendem a arrefecer com o passar dos meses", afirma.
Ralph Lauren lança linha de casa para a classe média
O estilista e empresário
Ralph Lauren estampa a capa da edição da revista norte-americana "Fortune",
lançada ontem, que traz o
mercado de luxo como tema
central.
O foco recai sobre a nova
marca que Lauren lança para a JCPenney, quinta
maior varejista dos EUA,
com produtos voltados para
a classe média. Trata-se de
American Living, que promete ter preços mais "suaves" e artigos para casa. A
previsão de lançamento é fevereiro de 2008.
Ao mesmo tempo, o empresário abre "flagship stores" de sua Polo em cidades
como Tóquio e Moscou. Segundo a revista, o que para
muitos grupos poderia ser
uma forte crise de identidade para a Ralph Lauren é
habilidade nos negócios.
METÁLICO
O grupo Paranapanema investiu US$ 5 milhões no aumento da capacidade produtiva da Eluma e da Caraíba
Metais para atender à demanda no mercado interno no
primeiro semestre. A maior alta veio dos setores automobilístico, eletroeletrônico e de máquinas e equipamentos,
segundo Geraldo Haenel, presidente do grupo. A Caraíba,
que fabrica cobre, ampliou a capacidade para 230 mil t
anuais. Na Eluma, que produz tubos e conexões de cobre
e outras ligas, foi de 5.000 t para 6.000 t ao mês.
Abrafarma defende mix em lojas
A Abrafarma (associação de
redes de farmácias) apresenta
hoje duas pesquisas que mostram que os brasileiros têm hábito de comprar produtos de
conveniência e serviços nas
drogarias e são favoráveis à sua
comercialização. Os estudos
-que foram realizados no fim
de agosto- serão usados para
reafirmar sua posição contrária
à consulta pública da Avisa que
defende a restrição do mix de
não-medicamentos à venda
nesse tipo de estabelecimento.
Segundo o Vox Populi, que
ouviu 400 pessoas com mais de
18 anos de idade na região Sudeste, 75,5% dos consumidores
freqüentam farmácias para ter
acesso a não-medicamentos
(alimentos, bebidas, doces, higiene e limpeza, produtos domésticos e veterinários), enquanto 60,6% também adquirem remédios. Cerca de 82%
percebem vantagem na venda
desse tipo de produto.
Já no levantamento do Ibope, que ouviu 504 pessoas com
mais de 16 anos de idade na região Nordeste, 77% acreditam
que as farmácias não devem se
ater à oferta de medicamentos.
LEILÕES
DEMANDA FAZ TRIBUNAL DE SP CRIAR CENTRAL DE HASTAS PÚBLICAS
Um apartamento de 360 m2 na região sul de São Paulo, uma
Pajero avaliada em R$ 68 mil e um veleiro foram alguns dos
produtos postos a leilão ontem pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo. Desde março, o TRT já realizou 30 desses leilões e, pela demanda, acabou criando uma
Central de Hastas Públicas, com uma equipe especializada que
cuida só disso. Atualmente, há quatro leilões por mês. Além
dos produtos luxuosos, há ainda pitorescos como gôndolas e
2.350 kg de sabão em pó.
MARÉ ALTA
A décima edição do salão
náutico São Paulo Boat
Show espera movimentar
R$ 150 milhões em negócios
e receber 38 mil pessoas
neste ano. Segundo o organizador, Ernani Paciornik,
no evento, que ocorre em
outubro, estarão presentes
os principais estaleiros do
país, grandes importadores
e lojas de produtos para náutica, mergulho e pesca.
EM QUEDA
A indústria de transformação paulista está em declínio em relação ao resto do
Brasil, segundo estudo da
Fiesp com a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico de SP. De acordo com o
trabalho, em 1996, a indústria de transformação paulista era responsável por
50,6% do PIB industrial. Em
2005, o número caiu para
43,8%. Os setores sofreram
com falta de competitividade. O de informática, o mais
afetado, perdeu 34%. Na segunda-feira, o governo do
Estado assina na Fiesp um
protocolo para criar uma
agenda para 25 setores relevantes da indústria paulista.
TURISMO
As medidas de incentivo
ao turismo anunciadas pela
ministra Marta Suplicy foram frustrantes, segundo
Roland de Bonadona, presidente da rede hoteleira Accor e do Fohb (Fórum de
Operadores Hoteleiros do
Brasil). Para ele, os incentivos fiscais foram mínimos e
o de apoio ao turismo na terceira idade já existia na prática, por meio de crédito
consignado. "Para o setor,
mais importante do que um
pacote simbólico é ter infra-estrutura que funcione e segurança", diz.
ESPAGUETE
A Spoleto inaugura sua
primeira unidade dentro de
um supermercado, em SP.
com ISABELLE MOREIRA LIMA, JOANA CUNHA e CRISTIANE BARBIERI
Próximo Texto: BC reduz ritmo de corte na taxa de juros Índice
|