São Paulo, domingo, 06 de setembro de 2009

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Classe C se considera pobre, diz pesquisa

A maioria das pessoas da classe C se autoclassifica como pobre. É o que revela estudo do Instituto Análise, que mapeou os hábitos de consumo de pessoas com diferentes faixas de renda, entre março e maio deste ano.
"Quando se considera a renda recebida, a classe C é a classe média. Mas ela se considera pobre", afirma Alberto Carlos de Almeida, diretor do Instituto Análise.
A renda familiar média das pessoas da classe C é de R$ 1.209, segundo a pesquisa. As famílias da classe A/B recebem, em média, R$ 2.660.
Segundo Almeida, a população que pertence à classe C se acha pobre por fatores socioeconômicos, como escolaridade e inserção no mercado de trabalho.
Enquanto na classe A/B, apenas 28% das pessoas não têm curso superior, na classe C apenas 5% têm diploma de graduação. A grande maioria (64%) não concluiu sequer o ensino médio.
Se o grau de escolaridade ainda é diferente entre as classes sociais, os objetos de desejo são muito semelhantes. Automóveis, TVs de LCD, computadores e imóveis estão entre os principais bens que a população, de qualquer classe social, já consome ou quer comprar, segundo dados da pesquisa.
"A classe C quer o que a classe A já tem. O que diferencia as duas é que falta renda para a classe C comprar alguns desses produtos", afirma Almeida.
Segundo o estudo do Instituto Análise, hoje 44% das pessoas da classe C estão endividadas, ante 40% da classe A/B. O tipo de financiamento contratado, no entanto, é diferente.
Cerca de 75% dos consumidores de menor poder aquisitivo que têm dívidas pagam prestações em loja e apenas 25% contraíram empréstimo bancário. Na classe A/B, 42% das dívidas são com os bancos.
"As lojas hoje são os bancos da classe C. É uma forma desburocratizada de obter crédito", diz Almeida.

NA SALA DE AULA

O Instituto Trinity, braço da Trinity Investimentos, entra no mercado neste mês para oferecer cursos de finanças estratégicas. À frente do projeto estão Ozires Silva, 78, ex-presidente da Embraer, Varig, Petrobras e ex-ministro da Infraestrutura, e Antonio Dabus, diretor-geral da Trinity Investimentos. Os cursos terão curta duração e serão direcionados a executivos e empreendedores de empresas de pequeno e médio porte.

VITRINE

A Rosa Chá vai fazer, nos próximos dias, na semana de moda de Nova York, a primeira apresentação do trabalho de Alexandre Herchcovitch, que sucede Amir Slama, à frente da marca. Desde que Herchcovitch foi anunciado como o novo estilista da Rosa Chá, em junho, o Grupo Marisol, detentor da marca, assinou contratos com grandes clientes no mercado externo, como Bloomingdale's e Sachs. Giuliano Donini, presidente do grupo, espera um aumento nas vendas. "O mercado fica curioso com as mudanças."

TESOURA
A Novelis, empresa de laminados e reciclagem de alumínio, está se reestruturando para cortar US$ 15 milhões por ano em custos variáveis a partir de 2010.

PERFUME
O Boticário, em parceria com o banco Bradesco, vai lançar um cartão de crédito perfumado. A ação faz parte do programa de fidelidade da empresa.

NA PISTA
A promotora de feiras Reed Exhibitions Alcantara Machado vai ceder ao Instituto Ayrton Senna um estande no Salão Duas Rodas e na Fenatran (Salão Internacional do Transporte).

CADEIRA
Álvaro Rodrigues, presidente da Agência3, tomou posse como integrante da nova diretoria da Associação Brasileira de Propaganda.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


Próximo Texto: Contribuinte paulista terá fiscalização eletrônica
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.