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SOCORRO
Instituto calcula que reservas serão suficientes até 2007 para pagar ao Fundo, mas desconsidera crise de ingresso de capitais
País não precisa renovar com FMI, diz Ipea
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
Se o Brasil não renovar o acordo
com o FMI (Fundo Monetário Internacional) no próximo ano, o
país deve chegar a 2007 com as reservas internacionais em US$ 22,6
bilhões, volume 13% maior do
que os US$ 20 bilhões de reservas
líquidas previstas para 2004. O
volume seria suficiente para honrar toda a dívida com o FMI, mais
os juros. O cálculo é do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada), órgão do Ministério do
Planejamento, baseado nos dados
das contas externas de agosto.
"Evidentemente, esse não será o
único nem o principal aspecto a
ser examinado quando da tomada de decisão a respeito [da renovação do acordo], mas ele não é
supérfluo", diz o texto da "Nota
de Conjuntura" nš 108.
O economista Marcelo Nonnenberg, responsável pela nota do
Ipea sobre as contas externas, explicou que o exercício parte do
princípio de que não haverá abalo
externo nos próximos anos e que
o país continuaria a captar recursos para honrar suas dívidas.
Há dois indicadores para as reservas internacionais: as totais e
as líquidas ajustadas -que são os
recursos disponíveis no BC para
eventuais intervenções no câmbio
e que excluem o saldo das operações do país com o FMI.
Segundo os números do BC, o
Brasil fechou agosto com reservas
totais de US$ 52,4 bilhões, mas
com reservas líquidas ajustadas
de apenas US$ 15,4 bilhões. Para o
final deste ano, a previsão é que as
reservas ajustadas estejam em
US$ 16,9 bilhões.
Para fazer a simulação sobre como ficariam as reservas internacionais do país no caso de o acordo com o Fundo não ser renovado, Nonnenberg partiu do princípio de que, sem novo acordo, o
conceito de reservas líquidas ajustadas torna-se desnecessário.
Todas as reservas, calculadas
por Nonnenberg em US$ 53,9 bilhões, estariam disponíveis para
utilização, inclusive o pagamento
da dívida com o FMI. Assim, o
Ipea avalia que, ao final de 2007,
as reservas terão encolhido para
US$ 22,6 bilhões, valor ainda assim superior à previsão para 2004,
mesmo que seja assinado o acordo -considerando que a renovação só valeria para o ano que vem.
Apesar de os números das reservas favorecerem a que o país
não renove seu acordo com o
FMI, o técnico do Ipea não disse
se é favorável ou não à renovação.
Mas, na sua opinião, o governo
vai optar pelo novo acordo.
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