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São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2003

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OUTRO LADO

Para indústrias, "erro é humano" e não existe má-fé

DA REPORTAGEM LOCAL

As indústrias negam que estejam agindo de má-fé. Afirmam que "erros são humanos" e ainda questionam o Ipem.
Natal Martins, diretor do café Canecão, um dos produtos analisados em setembro pelo Ipem, disse que há uma "verificação viciada" por parte do instituto. "Isso é um caso de polícia. Sei que há funcionários lá [no Ipem] que fazem questão de pegar o pacote mais leve na hora de fazer a análise, que eles chamam de aleatória", diz.
Seis dos dez pacotes (de 500 gramas) da marca tinham, em média, 3,5 gramas a menos do que o anunciado, diz o Ipem.
O órgão rebate a acusação. "Isso nunca existiu [pegar o pacote mais leve]. Os funcionários são treinados e orientados. E, se a empresa desconfia, ela pode acompanhar nossa perícia. O convite é feito sempre", diz Eline Coelho, supervisora do instituto.
Para algumas empresas, a perda de peso do produto pode acontecer após o processo de embalagem. A Della, fabricante da marca "Dellarroz" -mais comum no interior do Estado de São Paulo-, diz que, depois de ensacado, o arroz continua perdendo água.
"Estamos apanhando para contornar essa situação. Colocamos mais produto nos pacotes, com um volume extra de até dez gramas. Não temos má-fé", diz Valmirê Della, gerente da empresa.
"É necessário que os pacotes tenham pequenos furos para ajudar o produto a "respirar". Isso faz com que o feijão perca água. Possíveis falhas são erros humanos. É possível reparar", diz Osni Luccats, gerente da Pantera, fornecedora de feijão.
Alguns pacotes de um quilo do feijão da marca tinham 27 gramas a menos, em média, do que o anunciado, diz o Ipem.
A Bauducco também teve seus produtos analisados em setembro (veja quadro nesta página). A empresa diz que não foi informada oficialmente sobre o assunto e não o comenta.
A Mabel, que fabrica biscoitos, teve um dos tipos fabricados reprovado. Ela não confirma a falha e diz que coloca volumes extras nas embalagens como margem de segurança.
O fabricante Friboi, que produz o lava-louças Minuano, diz "não questionar se é verdade ou não [a informação de irregularidade]" e afirma que "não há intenção de enganar o consumidor". (AM)


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