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OUTRO LADO
Para indústrias, "erro é humano" e não existe má-fé
DA REPORTAGEM LOCAL
As indústrias negam que estejam agindo de má-fé. Afirmam que "erros são humanos"
e ainda questionam o Ipem.
Natal Martins, diretor do café
Canecão, um dos produtos
analisados em setembro pelo
Ipem, disse que há uma "verificação viciada" por parte do instituto. "Isso é um caso de polícia. Sei que há funcionários lá
[no Ipem] que fazem questão
de pegar o pacote mais leve na
hora de fazer a análise, que eles
chamam de aleatória", diz.
Seis dos dez pacotes (de 500
gramas) da marca tinham, em
média, 3,5 gramas a menos do
que o anunciado, diz o Ipem.
O órgão rebate a acusação.
"Isso nunca existiu [pegar o pacote mais leve]. Os funcionários são treinados e orientados.
E, se a empresa desconfia, ela
pode acompanhar nossa perícia. O convite é feito sempre",
diz Eline Coelho, supervisora
do instituto.
Para algumas empresas, a
perda de peso do produto pode
acontecer após o processo de
embalagem. A Della, fabricante
da marca "Dellarroz" -mais
comum no interior do Estado
de São Paulo-, diz que, depois
de ensacado, o arroz continua
perdendo água.
"Estamos apanhando para
contornar essa situação. Colocamos mais produto nos pacotes, com um volume extra de
até dez gramas. Não temos má-fé", diz Valmirê Della, gerente
da empresa.
"É necessário que os pacotes
tenham pequenos furos para
ajudar o produto a "respirar".
Isso faz com que o feijão perca
água. Possíveis falhas são erros
humanos. É possível reparar",
diz Osni Luccats, gerente da
Pantera, fornecedora de feijão.
Alguns pacotes de um quilo
do feijão da marca tinham 27
gramas a menos, em média, do
que o anunciado, diz o Ipem.
A Bauducco também teve
seus produtos analisados em
setembro (veja quadro nesta
página). A empresa diz que não
foi informada oficialmente sobre o assunto e não o comenta.
A Mabel, que fabrica biscoitos, teve um dos tipos fabricados reprovado. Ela não confirma a falha e diz que coloca volumes extras nas embalagens
como margem de segurança.
O fabricante Friboi, que produz o lava-louças Minuano, diz
"não questionar se é verdade
ou não [a informação de irregularidade]" e afirma que "não
há intenção de enganar o consumidor".
(AM)
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