São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2004

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TERMÔMETRO

Alta dos juros não influi

Consumidores seguem otimistas, aponta FGV

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO

O consumidor brasileiro voltou a mostrar, pelo terceiro mês consecutivo, uma expectativa positiva em relação à economia brasileira, de acordo com sondagem realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) em setembro. Pelos dados da instituição, a região Centro-Oeste é a mais otimista, e a Sul, a mais cautelosa.
Com relação à situação econômica da família, registrou-se um aumento no números dos que consideram que a situação estará melhor nos próximos seis meses -55,6% em setembro, contra 54,4% em agosto.
Mas, em contrapartida, houve também uma pequena alta dos que consideram que a situação da família estará pior -7,1% em setembro, contra 6,5% em agosto. "Não parece preocupante, pois há quase um empate técnico entre os dois meses, mas vamos ficar de olho para ver se o dado se repete nas próximas sondagens", afirmou o economista da FGV, Aloísio Campelo.
O levantamento mostra que a alta está concentrada nos entrevistados cuja renda familiar é maior do que 20 salários mínimos (R$ 5.200). A pesquisa, aliás, mostra que as faixas mais alta e mais baixa de renda são as mais cautelosas. Dos que ganham até três salários mínimos, 42,1% acham que a situação econômica do país estará melhor nos próximos seis meses. Dos que ganham mais de 20 salários mínimos, 38,3% são otimistas.
Os índices são altos, mas menores do que nas faixas intermediárias -50,3% de três a sete salários, 44,2% de sete a 12 salários e 47,1% de 12 a 20 salários. "Os extremos são realmente os menos otimistas", disse Campelo.
Por falar em otimistas, eles estão mais concentrados na região Centro-Oeste. A diferença em pontos percentuais dos que consideram que a situação econômica do país estará melhor e dos que consideram que estará pior nos próximos seis meses é de 39,3. A região Sudeste fica com 31,8 e o Norte-Nordeste, com 34,6. Os menos otimistas são os sulistas, com 21,3. A pesquisa no Centro-Oeste é realizada apenas na região metropolitana de Goiânia e no Distrito Federal.
A coleta foi realizada entre 5 e 20 de setembro. A FGV salienta que, neste período, "continuaram sendo veiculadas notícias favoráveis sobre a recuperação do nível de atividade econômica, do emprego e da renda". Segundo a instituição, "a divulgação do aumento de 16% para 16,25% da taxa básica de juros da economia, a Selic, no dia 15 de setembro, aparentemente não produziu mudanças" na expectativa do consumidor.
O levantamento mostra uma melhora na expectativa de conseguir um trabalho nos próximos seis meses -14,9% dos entrevistados em setembro consideram que será mais fácil, contra 14,3% em agosto.


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