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SIDERURGIA
Demanda do país é grande
Preço do aço deve ficar elevado devido à China
GUILHERME BARROS
ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL
O ritmo de crescimento da China deverá manter em alta os preços do aço em 2005 no Brasil e no
mundo. Essa foi uma das conclusões do 38º Encontro Internacional do Aço promovido em Istambul (Turquia) pelo IISI (Instituto
Internacional do Aço e do Ferro,
na sigla em inglês), que reúne os
maiores empresários do setor.
O crescimento da produção e
do consumo do aço na China impressionam. De acordo com dados do IISI, a China irá consumir
neste ano 263 milhões de toneladas de aço, o que significa uma alta de 13,2% sobre 2003. Essa parcela de 30,6 milhões de aumento
no consumo na China corresponde a praticamente o que o mundo
todo consumiu a mais neste ano.
Ou seja, o país responde por cerca
de 50% do crescimento no consumo do aço no mundo.
A tendência de alta dos preços
do aço em 2005 ficou clara nas
apresentações de especialistas do
setor para analisar o desempenho
das matérias-primas que compõem a produção do aço, como
carvão, coque e minério de ferro.
As siderúrgicas brasileiras deverão repassar esses preços. "A demanda da China irá continuar
forte, e não deve ter queda de preços", afirmou o empresário Jorge
Gerdau Johannpeter, presidente
do grupo Gerdau e um dos participantes do encontro.
O problema é que as novas
plantas industriais para a produção de matérias-primas do aço,
que estão atualmente em construção, demoram de dois a três anos
para ficar prontas. Nesse período,
os especialistas prevêem que os
preços de produtos como carvão
e coque, dois dos principais insumos do aço, continuem elevados.
O diretor-executivo da Minarco, Gary Cochrane, por exemplo,
chegou a afirmar que países como
Brasil e Índia continuarão com
uma demanda forte de matérias-primas nos próximos dois anos, já
que não dispõem de oferta suficiente para atender às necessidades de seus novos investimentos
na área siderúrgica.
A perspectiva é que deverá se
manter tenso o clima entre consumidores e produtores de aço em
2005. Os cálculos são de que só
neste ano o preço dos diversos tipos de aço tenha subido entre
40% e 50% no mercado interno. O
presidente da Usiminas, Rinaldo
Campos Soares, diz que esse fenômeno não ocorre só no Brasil. "Os
preços estão subindo no mundo
inteiro e não há como o Brasil não
aumentar seus preços", diz ele. Os
novos aumentos deverão ocorrer,
no entanto, a partir de 2005. Para
2004, Soares diz que não está previsto nenhum novo reajuste.
O empresário Jorge Gerdau Johannpeter acha que o consumidor de aço no Brasil terá, a partir
de agora, de se preparar para esses novos tempos fazendo programações de longo prazo para a
aquisição do produto.
O jornalista Guilherme Barros viajou
a Istambul a convite do grupo Gerdau
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