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CRISE NO AR
Empresa diz que corte é para se adequar à frota menor; Infraero afirma que aviões não decolam se não receber até o dia 13
GE pede falência da Vasp, que demite 380
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A GE, que entre outras atividades realiza manutenção de turbinas de aeronaves, pediu ontem a
falência da Vasp. A solicitação foi
registrada na 42ª Vara Cível do
Foro Central de São Paulo. A
companhia aérea disse no final da
tarde de ontem, por meio de sua
assessoria, que ainda não havia sido notificada do pedido.
O cerco se fecha sobre a empresa. A Infraero (estatal que administra os aeroportos) informou
que a Vasp será avisada por carta
de que, a partir do próximo dia 13,
os aviões da companhia não decolam sem o pagamento antecipado das tarifas aeroportuárias.
Na semana passada, a estatal
havia informado que a companhia teria até anteontem para quitar R$ 11 milhões de taxas atrasadas. Agora a dívida, informou o
órgão, será contestada na Justiça.
Outro problema a ser enfrentado no curtíssimo prazo pela empresa diz respeito à renovação de
sua licença para voar: no dia 10,
vence o prazo de assinatura do
contrato de
concessão, que
não pode ser
renovado porque a companhia não está
em dia com
obrigações fiscais e previdenciárias.
O governo
adiou o prazo
para a Varig
(também em
difícil situação
financeira), na
semana passada, mas até ontem não havia
prorrogado
para a Vasp.
Demissões
A Vasp informou que demitiu
380 funcionários, dos 5.154 que
possuía, com o objetivo de adequar sua força de trabalho à sua
frota, que foi reduzida.
A empresa antecipou os salários
de setembro dos funcionários,
que poderiam ser pagos até o
quinto dia útil.
A presidente
do Sindicato
Nacional dos
Aeronautas,
Graziella Baggio, afirma que
haverá assembléia dos trabalhadores amanhã, e não descarta a possibilidade de paralisação, já que a
empresa fez
um acordo na
última greve de
não demitir
por 90 dias.
De acordo
com o presidente do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, Uébio José
da Silva, a companhia informou
em reunião com o sindicato, que
representa os funcionários de terra, que as demissões "não chegam
a 300". "Mas achamos que o número será maior do que esse", diz.
O juiz Lúcio Pereira de Souza,
da 14ª Vara do Trabalho de São
Paulo, deu até o dia 11 para a Vasp
contestar um cálculo realizado a
partir de uma ação civil pública
do Ministério Público do Trabalho, que pede o pagamento de R$
14 milhões de multa porque a empresa não cumpriu uma decisão
judicial de 2000. Essa decisão determinava o pagamento de obrigações como FGTS e horas extras
voadas, entre outras.
No último dia 3 de setembro, a
Justiça determinou que essa decisão fosse executada de forma provisória, apesar de um recurso pedido pela Vasp.
Combustível
Estudo do Sindicato Nacional
das Empresas Aeroviárias revela
que o preço do querosene de aviação subiu muito mais do que os
demais combustíveis e acumula
alta de 33,2% no ano.
Na virada do mês, a Petrobras
reajustou mais uma vez o preço
do combustível, principal componente de custo das companhias
aéreas. A alta, que passou a valer a
partir de sexta-feira, foi de 8,6%.
Colaboraram as Sucursais
do Rio e de Brasília
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