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Bancos descartam negociar nova
proposta de reajuste salarial menor
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fenaban (Federação Nacional
dos Bancos) se recusou a negociar
a proposta de reajuste salarial de
19% feita pelos bancários e quer
que a Justiça cumpra decisão de
multar os sindicalistas por manter
agências fechadas, em descumprimento a determinação do TRT
(Tribunal Regional do Trabalho)
de São Paulo. A categoria completa hoje 22 dias de greve.
"Não há negociação que encareça a proposta já feita pela Fenaban. Não vamos negociar nada
que altere o custo da proposta discutida durante três meses com os
sindicalistas. Pode ser modificada
na forma, e não no custo, cujo impacto é de 10% na folha de pagamento", disse Magnus Apostólico, negociador trabalhista da Fenaban. "Encaminhar essa proposta [de reajuste de 19% mais
abono de R$ 1.500] é uma tentativa de reabrir negociação. Mas negociação que onere o custo não
vai ocorrer. Cabe ao movimento
sindical colocar um ponto final na
greve", afirmou Apostólico. A
proposta anterior dos bancários
previa reajuste de 25%.
A Fenaban também encaminhou à Justiça do Trabalho material o qual mostra que cerca de 20
a 30 agências no Estado ficaram
fechadas no Estado e desrespeitaram decisão do TRT. Na semana
passada, o tribunal determinou
que as agências abrissem com
60% do pessoal trabalhando. "Estão descumprindo a decisão."
A Justiça trabalhista vai analisar
as provas e convocar testemunhas, para depois avaliar se os
bancários serão multados.
Em São Paulo, os funcionários
dos bancos decidiram ontem
manter a greve na capital e fizeram passeata pelas ruas do centro.
A manifestação acabou com protesto em frente à sede da Fenaban,
no centro.
Em Brasília, o presidente da
CNB-CUT (Confederação Nacional dos Bancários), Vagner Freitas, pediu ontem ao presidente da
Câmara dos Deputados, João
Paulo Cunha (PT-SP), que ajude a
convencer os bancos a retomarem as negociações salariais.
Após breve encontro em Brasília, João Paulo disse aos bancários
que procuraria a Fenaban, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica
Federal. "O próximo passo é uma
audiência com o presidente [Lula]", disse Freitas. João Paulo, porém, não se comprometeu a promover o encontro com Lula.
Em reunião no Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal, o sindicato local dos bancários reafirmou que vai retirar faixas que impedem o acesso ao
banco para quem não aderiu à
greve. O sindicato foi acusado de
constranger quem não aderiu à
greve por meio de faixas com óleo
combustível colocadas nas agências. O procurador Ronaldo Curado Fleury informou que o sindicato reconheceu que alguns grevistas não estavam cumprindo
um acordo, feito no dia 30, para
acabar com essa prática e assinou
um termo de ajustamento de conduta. "Se o sindicato não cumprir
o acordo, pode haver multa de R$
15 mil. Podemos ainda acionar a
Justiça, que pode determinar outras multas", disse o procurador.
A assessoria do sindicato negou
que a entidade tenha reconhecido
esse descumprimento de acordo.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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