São Paulo, sábado, 06 de outubro de 2007

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Fundos de pensão encostam em estrangeiros na corrida por ações

DA REUTERS

A queda do juro básico brasileiro e da percepção de risco levou investidores institucionais a aumentar sua exposição em renda variável a um nível recorde em setembro, encostando na participação que os estrangeiros têm na Bolsa de Valores de São Paulo.
No mês passado, os institucionais movimentaram quase R$ 30 bilhões na Bolsa paulista, ou 32,7% do giro total -maior patamar da base histórica da Bovespa, que começa em 1994.
Com isso, encostaram na participação dos estrangeiros, que lideram o giro desde 2004 e em setembro compraram ações brasileiras em nível também recorde. No mês passado, investidores do exterior foram responsáveis por 34% da movimentação na Bovespa.
"Num horizonte de dois anos, [nossa exposição à renda variável] saiu de 7% para 21%", relatou Jorge Simino, diretor de investimentos da Fundação Cesp, responsável pela gestão de recursos de fundos de pensão de 12 companhias do setor elétrico do país.
Entre os fatores mais importantes para essa mudança está a queda da Selic, que saiu de 26,5% em 2003 para o atual patamar de 11,25% ao ano.
A forte alta da Bolsa, que desde 2003 supera 400%, e a expectativa de que o país atinja grau de investimento no próximo ano também contribuíram.
Os fundos de pensão são o grupo mais relevante dentro dos investidores institucionais, com patrimônio de R$ 417 bilhões -cerca de 17% do PIB do país, de acordo com os últimos dados da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), referentes a julho.
Segundo a Abrapp, os fundos de pensão aplicam, em média, 21,1% de seu patrimônio em ações e outros 12,6% em fundos de investimento em renda variável. Esse número, entretanto, inclui a Previ, maior fundo de pensão do país, com patrimônio de R$ 116,2 bilhões no fim do primeiro semestre e que tem exposição de 61% em renda variável, percentual acima do permitido pela lei.
A Petros, segundo maior fundo de pensão, com patrimônio superior a R$ 35 bilhões, pretende levar ao conselho deliberativo proposta para elevar o teto de aplicação em renda variável definido em 2003, de 35%. Atualmente, o fundo de pensão de funcionários da Petrobras aplica 32% de sua carteira em ações. Em 2005, esse número estava em 26%. A Funcef, terceiro maior, dos funcionários da Caixa, tem por objetivo chegar a 30% de exposição a ações, frente aos 25% de 2006.


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