|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fundos de pensão encostam em estrangeiros na corrida por ações
DA REUTERS
A queda do juro básico brasileiro e da percepção de risco levou investidores institucionais
a aumentar sua exposição em
renda variável a um nível recorde em setembro, encostando na
participação que os estrangeiros têm na Bolsa de Valores de
São Paulo.
No mês passado, os institucionais movimentaram quase
R$ 30 bilhões na Bolsa paulista,
ou 32,7% do giro total -maior
patamar da base histórica da
Bovespa, que começa em 1994.
Com isso, encostaram na
participação dos estrangeiros,
que lideram o giro desde 2004 e
em setembro compraram ações
brasileiras em nível também
recorde. No mês passado, investidores do exterior foram
responsáveis por 34% da movimentação na Bovespa.
"Num horizonte de dois
anos, [nossa exposição à renda
variável] saiu de 7% para 21%",
relatou Jorge Simino, diretor
de investimentos da Fundação
Cesp, responsável pela gestão
de recursos de fundos de pensão de 12 companhias do setor
elétrico do país.
Entre os fatores mais importantes para essa mudança está
a queda da Selic, que saiu de
26,5% em 2003 para o atual patamar de 11,25% ao ano.
A forte alta da Bolsa, que desde 2003 supera 400%, e a expectativa de que o país atinja
grau de investimento no próximo ano também contribuíram.
Os fundos de pensão são o
grupo mais relevante dentro
dos investidores institucionais,
com patrimônio de R$ 417 bilhões -cerca de 17% do PIB do
país, de acordo com os últimos
dados da Abrapp (Associação
Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), referentes a julho.
Segundo a Abrapp, os fundos
de pensão aplicam, em média,
21,1% de seu patrimônio em
ações e outros 12,6% em fundos
de investimento em renda variável. Esse número, entretanto, inclui a Previ, maior fundo
de pensão do país, com patrimônio de R$ 116,2 bilhões no
fim do primeiro semestre e que
tem exposição de 61% em renda variável, percentual acima
do permitido pela lei.
A Petros, segundo maior fundo de pensão, com patrimônio
superior a R$ 35 bilhões, pretende levar ao conselho deliberativo proposta para elevar o
teto de aplicação em renda variável definido em 2003, de
35%. Atualmente, o fundo de
pensão de funcionários da Petrobras aplica 32% de sua carteira em ações. Em 2005, esse
número estava em 26%. A Funcef, terceiro maior, dos funcionários da Caixa, tem por objetivo chegar a 30% de exposição a
ações, frente aos 25% de 2006.
Texto Anterior: Balanço: Merrill lynch prevê prejuízo no 3º trimestre Próximo Texto: Greve da Caixa continua na segunda-feira Índice
|