São Paulo, sábado, 06 de outubro de 2007

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Consórcio de bancos diz que venceu disputa pelo ABN

Segundo bancos, 85% dos acionistas da instituição holandesa aceitaram a proposta

Consórcio, que inclui o RBS, o Santander e o Fortis, ofereceu US$ 100 bilhões pela instituição, que no Brasil é dona do Real

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após seis meses de negociação, a disputa pelo controle do banco holandês ABN Amro, dono no Brasil do Real, pode ter chegado ao fim com a adesão de 85% de seus acionistas pela proposta de US$ 100 bilhões feita pelo consórcio de bancos liderado pelo escocês RBS (Royal Bank of Scotland). A informação foi veiculada na edição eletrônica do jornal britânico "Financial Times".
O consórcio tem ainda a participação do espanhol Santander e do belga-holandês Fortis.
Até o fechamento desta edição, o ABN não havia se pronunciado sobre a adesão à proposta do consórcio. O anúncio deve ficar para a segunda.
Ontem, o banco britânico Barclays decidiu retirar sua oferta de cerca de US$ 88 bilhões pelo ABN, o segundo maior grupo financeiro europeu, com mais de 4.500 agências em 53 países e dono no Brasil do banco Real.
De acordo com a proposta, que envolve 94% em dinheiro, o consórcio deve fatiar as operações do ABN no mundo -no Brasil, o ABN Real seria absorvido pelo Santander.
O consórcio tem até o final da próxima semana para declarar incondicional sua oferta. Se impor condições, como a reversão da venda da unidade nos EUA, os acionistas deverão revê-la.
A proposta do Barclays teve adesão de apenas 0,2% dos acionistas do banco holandês. Para ser aceita, o banco britânico exigia pelo menos 80%. Com a desistência, o Barclays vai receber uma indenização de 200 milhões do ABN, suficiente para cobrir os custos com a negociação, disse o Barclays.
Trata-se do maior negócio da história envolvendo bancos, que começou quando um dos acionistas minoritários, o fundo britânico TCI (O Investimento das Crianças, na sigla em inglês) enviou no final de fevereiro uma carta à direção do ABN pedindo a divisão ou a venda do banco devido à fraca performance de suas ações.
A carta iniciou uma discussão sobre a gestão do banco e despertou a cobiça dos mais agressivos bancos do mundo.
O conselho do ABN chegou a anunciar a fusão com o Barclays em maio, mesmo sabendo que o consórcio tinha uma proposta superior em valor. A iniciativa foi criticada pelos minoritários e o negócio não seguiu.
Para viabilizar a fusão, o ABN decidiu apostar em operação paralela, envolvendo a venda do banco La Salle, sua unidade nos EUA, para o Bank of America. A unidade americana era o ativo de principal interesse do RBS, líder do consórcio e antigo parceiro do espanhol Santander. A venda foi concluída no início desta semana por US$ 21 bilhões em dinheiro.
Ontem, as ações do ABN permaneceram estáveis, enquanto os papéis do Barclays tiveram alta de 0,8% com a desistência. Já as ações do RBS subiram 1,2%, e as do Santander, 0,9%. As ações que mais subiram foram do Fortis, que tiveram valorização de 3% na Bolsa.


Com agências internacionais


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