DE BUENOS AIRES

A Secretaria de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável argentina determinou a reabertura de setores de um depósito de combustíveis da Petrobras no pólo petroquímico de Dock Sud, na Província de Buenos Aires. O depósito tinha sido parcialmente fechado no último dia 24, sob o argumento de que um de seus grandes tanques e o pavilhão de isotanques apresentavam irregularidades que traziam risco de contaminação ao meio ambiente.
A decisão, porém, foi vista como retaliação à intenção da Petrobras de participar do leilão pela compra dos ativos da petroleira americana Exxon Mobil na Argentina; o governo argentino prefere que a operação seja fechada pela petroleira venezuelana Pdvsa.
A reabertura do depósito ocorre dois dias após o encontro, no Brasil, da primeira-dama e candidata presidencial favorita Cristina Fernández de Kirchner com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em uma reunião de representantes de empresas brasileiras com investimentos na Argentina e a primeira-dama.
Segundo a imprensa argentina, nesse encontro, Cristina teria cobrado de Gabrielli que a Petrobras realize mais investimentos na Argentina. O presidente da petroleira, por sua vez, esclareceu que a compra da Exxon não substituiria o plano de investimentos previsto pela Petrobras para o país.
Oficialmente, a reabertura se deveu à apresentação de um plano de controle de danos pela Petrobras. No comunicado da reabertura, porém, a empresa negou que houvesse irregularidades no depósito -o que não havia feito no fechamento.
"A Petrobras esclarece que nas instalações de Dock Sud não houve nem há derramamento de combustíveis e que nenhuma das áreas analisadas representa risco para o meio ambiente ou a saúde." (RODRIGO RÖTZSCH)


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