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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Bolsa Família evidencia distorções tributárias do país
A forma que o governo Luiz
Inácio Lula da Silva encontrou
para financiar importantes
programas sociais no Brasil
tem limitado a eficácia de tais
iniciativas, segundo pesquisa
coordenada pelo professor Samir Cury, da FGV (Fundação
Getulio Vargas).
Segundo o levantamento realizado por Cury, 51,46% dos recursos destinados ao Bolsa Família e ao BPC (Benefício de
Prestação Continuada) eram
provenientes da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) em
2005. No Orçamento da União
para 2010, 96% dos fundos do
Bolsa Família vêm do tributo,
assim como 100% dos valores
reservados ao BPC.
"O problema é que a Cofins é
um imposto indireto e "distorsivo", que altera os preços dos
produtos na economia e acaba
gerando o que chamamos de
"peso morto". O resultado é diminuição do potencial da atividade, com perda de emprego e
renda", explica Cury.
"Essa não é uma discussão a
respeito do Bolsa Família, é sobre o modelo tributário do
país", afirma Lúcia Modesto,
secretária nacional de Renda
de Cidadania do Ministério do
Desenvolvimento Social. "No
caso de todas as políticas de
transferência de renda, mesmo
que a fonte de financiamento
seja regressiva, o saldo final é
positivo, porque os gastos são
progressivos, o dinheiro impulsiona a cadeia."
De acordo com os resultados
do estudo do professor Cury, os
programas realmente contribuem para reduzir a desigualdade, porém têm menos sucesso em diminuir a pobreza devido ao fardo que o aumento da
arrecadação da Cofins representa. "A cada vez que surge
uma despesa nova, é preciso tomar uma decisão a respeito da
maneira de custeá-la. E essa escolha é importante porque gera
impactos. No momento em que
tanto se fala sobre uma reforma
tributária, essa questão é essencial", defende Cury.
PÉ NA PORTA
A rede de franquias imobiliárias Re/Max iniciou ontem suas operações no Brasil. A meta é abrir cem unidades no país até 2010, ocupar 70% do mercado de
imóveis prontos e usados e alcançar um volume geral
de vendas de R$ 12 bilhões em cinco anos. "Há uma
tendência de conversão de pequenas e médias imobiliárias para uma grande rede", diz Renato Teixeira, da
Re/Max Brasil. O investimento para trazer a marca,
presente em 78 países, foi de R$ 10 milhões.
SOBRE RODAS
A fabricante de motos Sundown começará a vender
no Brasil cinco modelos de quadriciclos, triciclos de
carga e scooters elétricas. A entrada em novos segmentos visa ocupar a capacidade ociosa de sua fábrica de
Manaus, que hoje opera a 40% de seu máximo. Segundo Walther Biselli, presidente da empresa, ante 95 mil
motos vendidas em 2008, a expectativa é que o volume
recue para 45 mil neste ano. "As vendas caíram porque
o custo do crédito para compra de motos cresceu."
CAPITALIZAÇÃO
O Santander encerrou ontem o período de reserva de
ações com grande procura
tanto de pequenos investidores quanto de fundos brasileiros e estrangeiros. Por
isso, a expectativa do mercado financeiro é que o banco
venda todos os lotes de papéis, incluindo os suplementares, pelo preço máximo. A
oferta, que deve ser a maior
do país em 2009, pode chegar a R$ 16,6 bilhões, valor
destinado a ampliar a rede
de agências e à expansão de
crédito. O resultado sai hoje
e as ações estreiam amanhã
nas Bolsas de SP e de NY.
SUL-AFRICANO
O presidente da África do
Sul, Jacob Zuma, e o ministro de Comércio e Indústria
do país, Rob Davies, vêm ao
Brasil para participar de encontro do WTC Business
Club, no dia 8, em São Paulo.
Acompanhado de uma comitiva de 40 empresários do
país, Zuma vai falar sobre as
oportunidades de negócios
entre Brasil e África do Sul.
COMIDA
A Brasfrigo Alimentos investiu R$ 60 milhões para
modernizar a fábrica em
Goiás e comprar fazendas.
BRINQUEDO
Metade dos brasileiros vai
comprar presentes para o Dia
da Criança, segundo pesquisa
do Instituto Análise/Insight
em 70 cidades. O gasto médio
por presente será de R$ 68,50.
TAL PAI, TAL FILHO
Alfredo Setubal, vice-presidente do Itaú Unibanco, recebe hoje o título de administrador emérito concedido pelo
CRA-SP (Conselho Regional
de Administração de São Paulo). Essa é a 27ª vez que a entidade presta a homenagem. Na
primeira edição do prêmio, o
escolhido foi Olavo Setubal,
pai de Alfredo.
ALERTA
A Federação das Câmaras de
Comércio e Indústria da Venezuela diz nem considerar essa
hipótese. Mas, caso aumentem, na Comissão de Relações
Exteriores do Senado brasileiro, as posições contrárias à entrada do país no Mercosul por
questões políticas -como a externada por Tasso Jereissati
(PSDB-CE) na semana passada-, José Francisco Marcondes, presidente da entidade,
avisa: "Imagino que um país
que sofra tamanha rejeição não
se sinta confortável em renovar acordos sobre preferências
tarifárias". Os tratados que o
Brasil tem com a Venezuela expiram em 1º de janeiro.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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