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MERCADO TENSO
Não tem nada de espetacular, diz Mendonça
Governo dará mais apoio à exportação
da Sucursal de Brasília
O pacote de medidas que o governo deve adotar como complemento ao aumento da taxa de juros
não ficará restrito ao corte de despesas. Também serão anunciadas,
em dez dias, medidas de incentivo
às exportações.
O ministro Antonio Kandir (Planejamento) disse ontem que o governo deverá anunciar, dentro
desse prazo, novas linhas de financiamento aos exportadores. A
idéia é adequar o crédito para os
setores que vendem produtos no
mercado internacional.
"Vamos fazer alguma coisa na
área de melhoria de exportações.
Não tem nada de espetacular, não
tem nenhuma mágica", disse o secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros.
"Se já estávamos empenhados no
incentivo às exportações, agora
precisamos de iniciativas mais fortes."
O governo, disse, vai adotar medidas para aumentar a participação dos pequenos exportadores no
volume do comércio internacional. "Isso envolve medidas de
promoção e também novos créditos para o setor", afirmou o secretário.
Questionado se a medida não
poderia ser ineficaz como outras
que o governo já adotou no ano
passado, Mendonça de Barros disse apenas: "Se o resultado vai ser
melhor, eu não sei".
Segundo ele, tudo que é ligado
aos pequenos e envolve crédito é
demorado. Os principais problemas dos pequenos exportadores
são dificuldade de acesso ao crédito e de colocação do seu produto
no ponto de venda.
Segundo Kandir, algumas medidas adotadas pelo governo, como,
por exemplo, a isenção de ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) para a exportação, provocaram um aumento das vendas externas de 2,6% para 11%, de 96 para este ano.
Cortes
Mendonça de Barros também
deu alguns detalhes do que pode
vir a ser o esperado corte de gastos
públicos, sobre o qual o governo
mantém segredo desde a semana
passada.
Ele informa que "tem coisas no
sistema de seguridade social das
estatais", por exemplo.
"Nós vamos agir, estamos agindo muito rápido. Vamos ser incisivos. Vai ser uma coisa grande e que
pega todas as áreas. Mas não podemos anunciar nada antes que esteja pronto", disse o secretário.
Mendonça de Barros não gosta
do termo pacote de medidas. Para
ele, o governo vai reafirmar que a
estabilidade é o caminho para o
crescimento e isso passa pela reorganização do Estado e da melhora
nas contas públicas.
Mendonça de Barros disse que o
governo não quer aumentar a alíquota da CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação
Financeira), que está fixada em
0,20%. Mesmo assim, quer a prorrogação da CPMF até janeiro de
1999. A arrecadação mensal está
em torno de R$ 500 milhões e reforça o caixa do governo.
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