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São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003

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TRABALHO

Oferta melhora, e, segundo alguns sindicalistas, decisão de manter greve é política; TRT julga paralisação hoje

Volks faz nova proposta, mas recebe vaias

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma reunião de sete horas, a Volkswagen fez nova proposta salarial aos metalúrgicos, com reajuste de 15,7% a partir de dezembro, aumento real de 2% a partir de junho de 2004 e abono de R$ 1.205. A proposta, apresentada ontem pela manhã, foi vaiada por parte dos 10 mil funcionários em assembléia ontem e rejeitada, informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Sem acordo, a greve na unidade de São Bernardo do Campo completa sete dias e será julgada hoje pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Nos cálculos dos trabalhadores, cerca de 5.000 veículos já deixaram de ser fabricados. A Volks não confirma o prejuízo.
A Folha apurou que sindicalistas e integrantes da comissão de fábrica consideraram que houve avanço na proposta apresentada na madrugada de ontem pela Volks. Mas a decisão de manter a greve foi política: na avaliação de parte dos sindicalistas, os trabalhadores ficaram revoltados com as negociações para implementar o projeto Autovisão.
Com a aprovação do programa, os funcionários receberam um pacote de incentivos -de até 20 salários extras- e a alternativa de até ficar em casa recebendo salários até novembro de 2006 em troca da extinção de 1.923 postos de trabalho na fábrica.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, não foi localizado ontem para comentar o assunto.
A Volkswagen informou que a proposta de conceder aumento real a partir de junho de 2004 atende o pedido do TRT, que, na última terça-feira, pediu "esforço adicional" para trabalhadores e empresa chegarem a um acordo.
A proposta anterior da Volks, negociada com o Sinfavea (sindicato patronal), previa concessão de reajuste de 15,7% para salários até R$ 4.200, sem aumento real, e um reajuste fixo de R$ 649,50 para salários acima desse valor.
Ontem de madrugada, a empresa ofereceu o reajuste em dezembro e aumento real em 2004 para salários até R$ 5.000. O valor do reajuste fixo subiu para R$ 700.
Os trabalhadores querem o mesmo acordo fechado em outras montadoras -como Scania, Toyota e DaimlerChrysler (Mercedes-Benz): 15,7% de reajuste e 2% de aumento real a partir de 1º de novembro, o que equivale a um aumento nos salários de 18,01%. Inicialmente, os metalúrgicos pediam 20% de reajuste mais aumento real.


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