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TRABALHO
Oferta melhora, e, segundo alguns sindicalistas, decisão de manter greve é política; TRT julga paralisação hoje
Volks faz nova proposta, mas recebe vaias
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de uma reunião de sete
horas, a Volkswagen fez nova
proposta salarial aos metalúrgicos, com reajuste de 15,7% a partir
de dezembro, aumento real de 2%
a partir de junho de 2004 e abono
de R$ 1.205. A proposta, apresentada ontem pela manhã, foi vaiada por parte dos 10 mil funcionários em assembléia ontem e rejeitada, informou o Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC.
Sem acordo, a greve na unidade
de São Bernardo do Campo completa sete dias e será julgada hoje
pelo TRT (Tribunal Regional do
Trabalho). Nos cálculos dos trabalhadores, cerca de 5.000 veículos já deixaram de ser fabricados.
A Volks não confirma o prejuízo.
A Folha apurou que sindicalistas e integrantes da comissão de
fábrica consideraram que houve
avanço na proposta apresentada
na madrugada de ontem pela
Volks. Mas a decisão de manter a
greve foi política: na avaliação de
parte dos sindicalistas, os trabalhadores ficaram revoltados com
as negociações para implementar
o projeto Autovisão.
Com a aprovação do programa,
os funcionários receberam um
pacote de incentivos -de até 20
salários extras- e a alternativa de
até ficar em casa recebendo salários até novembro de 2006 em
troca da extinção de 1.923 postos
de trabalho na fábrica.
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, José Lopez
Feijóo, não foi localizado ontem
para comentar o assunto.
A Volkswagen informou que a
proposta de conceder aumento
real a partir de junho de 2004
atende o pedido do TRT, que, na
última terça-feira, pediu "esforço
adicional" para trabalhadores e
empresa chegarem a um acordo.
A proposta anterior da Volks,
negociada com o Sinfavea (sindicato patronal), previa concessão
de reajuste de 15,7% para salários
até R$ 4.200, sem aumento real, e
um reajuste fixo de R$ 649,50 para
salários acima desse valor.
Ontem de madrugada, a empresa ofereceu o reajuste em dezembro e aumento real em 2004 para
salários até R$ 5.000. O valor do
reajuste fixo subiu para R$ 700.
Os trabalhadores querem o
mesmo acordo fechado em outras
montadoras -como Scania, Toyota e DaimlerChrysler (Mercedes-Benz): 15,7% de reajuste e 2%
de aumento real a partir de 1º de
novembro, o que equivale a um
aumento nos salários de 18,01%.
Inicialmente, os metalúrgicos pediam 20% de reajuste mais aumento real.
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