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São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003

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RETOMADA DO CRESCIMENTO?

Levantamento mostra que os resultados estão melhores do que os de igual período de 2002

Lucro das empresas cresce no 3º trimestre

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Análise parcial dos balanços de empresas já publicados, referentes ao período de julho a setembro deste ano, mostra que o lucro líquido do setor privado no trimestre deve ser superior ao registrado em igual período de 2002, mas inferior ao do segundo trimestre do ano. As dívidas dos grupos também deixam de assustar.
O prazo de entrega dos resultados ao mercado termina na próxima semana. A Folha contabilizou no levantamento os resultados apresentados até a noite de ontem. A análise exclui os bancos, e os dados foram deflacionados.
Os bons resultados ainda ficaram concentrados nos grupos fortemente exportadores, como Weg, Sadia e Gerdau -a elite das companhias abertas do país. Empresas dependentes de mercado interno, com ações com baixa liquidez, como o comércio e o setor eletrônico tiveram redução no lucro ou novos prejuízos.
Houve manutenção da margem bruta das companhias. De julho a setembro, a margem média das analisadas estava em 39%, superior ao verificado de abril a junho (37%). Mas inferior ao apurado em igual período de 2002 (40%).
Empresas que vendem em dólar, mas têm custos em reais, puderam manter a margem em alta e, logo, puxaram para cima a margem média do setor privado.
"Estamos esperando resultados que sejam superiores àqueles verificados em 2002", diz Erivelto Rodrigues, sócio-diretor da Austin Asis. "Por uma questão contábil, também é provável que as dívidas em moeda estrangeira subam", afirma.
As 45 empresas analisadas somam lucro líquido de R$ 2,2 bilhões, um volume maior que o de igual período de 2002, quando as mesmas empresas acumularam prejuízo de R$ 2,2 bilhões. No trimestre anterior, no entanto, o lucro era maior, de R$ 4 bilhões.
A relação entre dívida bruta e patrimônio continua alta. Se em setembro do ano passado a relação era de 309% -R$ 3 em dívida para cada R$ 1 em patrimônio-, o percentual caiu para 117% em setembro deste ano. A redução não é maior por conta desse chamado "efeito contábil".
Explica-se: no dia 30 de setembro, as empresas vêem o quanto devem em dólares e colocam o valor no balanço em reais. Como ao fim de setembro o dólar estava mais caro em relação ao trimestre anterior, o valor contábil da dívida cresce, mas ela só paga o quanto deve quando o débito vencer.


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