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RETOMADA DO CRESCIMENTO?
Levantamento mostra que os resultados estão melhores do que os de igual período de 2002
Lucro das empresas cresce no 3º trimestre
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Análise parcial dos balanços de
empresas já publicados, referentes ao período de julho a setembro
deste ano, mostra que o lucro líquido do setor privado no trimestre deve ser superior ao registrado
em igual período de 2002, mas inferior ao do segundo trimestre do
ano. As dívidas dos grupos também deixam de assustar.
O prazo de entrega dos resultados ao mercado termina na próxima semana. A Folha contabilizou
no levantamento os resultados
apresentados até a noite de ontem. A análise exclui os bancos, e
os dados foram deflacionados.
Os bons resultados ainda ficaram concentrados nos grupos
fortemente exportadores, como
Weg, Sadia e Gerdau -a elite das
companhias abertas do país. Empresas dependentes de mercado
interno, com ações com baixa liquidez, como o comércio e o setor
eletrônico tiveram redução no lucro ou novos prejuízos.
Houve manutenção da margem
bruta das companhias. De julho a
setembro, a margem média das
analisadas estava em 39%, superior ao verificado de abril a junho
(37%). Mas inferior ao apurado
em igual período de 2002 (40%).
Empresas que vendem em dólar, mas têm custos em reais, puderam manter a margem em alta
e, logo, puxaram para cima a margem média do setor privado.
"Estamos esperando resultados
que sejam superiores àqueles verificados em 2002", diz Erivelto
Rodrigues, sócio-diretor da Austin Asis. "Por uma questão contábil, também é provável que as dívidas em moeda estrangeira subam", afirma.
As 45 empresas analisadas somam lucro líquido de R$ 2,2 bilhões, um volume maior que o de
igual período de 2002, quando as
mesmas empresas acumularam
prejuízo de R$ 2,2 bilhões. No trimestre anterior, no entanto, o lucro era maior, de R$ 4 bilhões.
A relação entre dívida bruta e
patrimônio continua alta. Se em
setembro do ano passado a relação era de 309% -R$ 3 em dívida
para cada R$ 1 em patrimônio-,
o percentual caiu para 117% em
setembro deste ano. A redução
não é maior por conta desse chamado "efeito contábil".
Explica-se: no dia 30 de setembro, as empresas vêem o quanto
devem em dólares e colocam o valor no balanço em reais. Como ao
fim de setembro o dólar estava
mais caro em relação ao trimestre
anterior, o valor contábil da dívida cresce, mas ela só paga o quanto deve quando o débito vencer.
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