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TRANSGÊNICO
Produtor do RS é contra
Monsanto vai cobrar royalties após colheita
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os produtores da próxima safra
de soja transgênica (modificada
geneticamente) já plantada no
Brasil terão de pagar royalties para a empresa Monsanto, detentora da patente da tecnologia. A
afirmação é do presidente da empresa no Brasil, Richard Greubel,
que esteve ontem reunido com
parlamentares na Câmara.
Segundo Greubel, não importa
que a soja plantada tenha sido obtida ilegalmente. Como a empresa
é detentora da patente, pode cobrar os royalties.
Greubel disse que o preço dos
royalties só será definido depois
da aprovação da medida provisória 131, que regulamenta a comercialização da soja plantada neste
ano. De acordo com o deputado
Paulo Pimenta (PT-RS), relator
da MP, a proposta apresentada
pela empresa, durante a reunião,
seria cobrar R$ 25 por tonelada.
Greubel afirmou que a intenção
da Monsanto é cobrar os royalties
sobre os grãos colhidos, na hora
da negociação nos armazéns.
A proposta é rechaçada pelo
presidente da associação Clube da
Terra, que reúne os produtores
do Rio Grande do Sul, Almir Rebelo. Além de ter considerado o
valor "muito alto", Rebelo não
aceita que o pagamento seja feito
depois da colheita.
"Queremos pagar royalties, negociar. Mas não aceitamos a cobrança da soja já colhida. Queremos que o pagamento seja feito
em relação aos hectares plantados, na obtenção da semente."
Segundo ele, um hectare produz
entre 1,8 e 3 toneladas de grãos. Se
o cálculo for feito a partir da proposta da Monsanto, eles desembolsariam entre R$ 45 e R$ 75 por
hectare. "A discussão tem que ser
ampla, e tenho certeza de que vamos chegar a um consenso. Mas
nossa proposta inicial seria pagar
entre R$ 3 e R$ 5 por hectare."
O deputado Paulo Pimenta disse que entregará o texto da MP na
próxima segunda-feira e que a votação na Câmara deverá acontecer ainda na próxima semana.
Segundo ele, a reunião foi positiva porque a Monsanto concordou em entregar à Câmara todos
os estudos de licenciamento nas
áreas de saúde, agronômica e ambiental.
Greubel concordou ainda que a
empresa seja responsável por
eventuais danos ao ambiente e às
pessoas, caso a tecnologia tenha
sido aplicada corretamente.
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