São Paulo, terça-feira, 06 de novembro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Governo prepara "pacote de bondades"

O governo prepara para anunciar neste final do ano um "pacote de bondades" com uma série de desonerações fiscais que ficaram pendentes durante este ano e que beneficiam diversos setores, entre eles o hoteleiro e o de bebidas.
No pacote, que está sendo chamado de "MP do Natal", também devem ser incluídas medidas como a criação das ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação) e a regulamentação das tarifas bancárias.
Todas essas medidas fazem parte da estratégia das negociações políticas do governo para tentar aprovar a prorrogação da CPMF no Senado.
O governo pretende compensar a prorrogação da CPMF com algumas medidas de desoneração fiscal. A "MP do Natal" pode até incluir alguma redução na alíquota da CPMF, caso essa decisão já não seja anunciada até lá.
Na área de turismo, o que o governo deve anunciar são as medidas já aprovadas em reunião do Conselho Nacional do Turismo realizada em setembro e que não saíram do papel. O objetivo da medida é reduzir os efeitos da crise aérea, do câmbio e do aumento de cruzeiros marítimos.
Uma das medidas para o turismo é a redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de 10% para 5% sobre fechaduras eletrônicas, que são muito usadas em hotéis.
Além disso, as empresas do setor também poderão informar na declaração do IR da pessoa jurídica a depreciação acelerada (desvalorização de acordo com o tempo de uso) de bens móveis, o que reduz gradativamente o imposto a pagar.
Já para o setor de bebidas, o governo estuda uma fórmula para evitar que os vinhos importados, principalmente da Argentina, entrem a preços considerados tão baixos.
Hoje, uma caixa com 12 garrafas de vinho desembarca da Argentina a menos de US$ 5, um preço considerado extremamente baixo e prejudicial ao fabricante nacional.
No pacote, o governo também deve definir a criação das ZPEs, o que até já tinha sido acertado no meio do ano com a oposição. Faltava apenas adequar os benefícios tributários, o que está sendo feito para ser anunciado na "MP do Natal".
O projeto das ZPEs tramita no Congresso há 11 anos e prevê incentivos fiscais em distritos industriais para a instalação de empresas voltadas para o mercado externo.
Em relação às tarifas bancárias, o governo pretende fazer uma espécie de "homogeneização" para dar mais transparência das cobranças feitas pelos serviços bancários. O objetivo é determinar o número de tarifas que podem ser cobradas pelos bancos.

Pesquisa mostra concentração de gastos na saúde

Apenas 1,1% dos beneficiários de planos de saúde respondem por 54% das despesas em internações hospitalares, e 12,1% dos clientes são responsáveis por 52,8% das despesas denominadas ambulatoriais -fora do ambiente hospitalar. Os números fazem parte da pesquisa ACPS 2007 da consultoria Strategy, que mapeia dados de 2006 da saúde privada do país.
No geral, observa-se que 53,2% das despesas assistenciais são com o atendimento de apenas 13,1% dos clientes de planos de saúde.
Outro dado interessante é a alta dos planos co-participativos, que passaram de 23,9%, em 2005, para 36,8% neste ano. Por terem custo reduzido, são mais atrativos para as classes C e D.
A pesquisa destaca também a redução dos números de consultas médicas efetuadas e o aumento do seu custo. O estudo abrange 3 milhões de beneficiários de planos de saúde de operadoras do país.

"Tamanho não garante eficácia de campanha"

"Campanhas publicitárias de grande porte para lançamento de produtos raramente têm um bom efeito. A melhor estratégia é identificar o grupo consumidor mais importante para o produto e anunciar na mídia mais utilizada por ele."
A afirmação é do norte-americano Al Ries, estrategista de marketing e presidente da Ries & Ries, fundada com sua filha Laura.
Ries está no Brasil a convite da Lamac (Latin American Multichannel Advertising Council) para a palestra "O Poder da Segmentação Atingindo Quem Importa", que será realizada hoje, no Grand Hyatt São Paulo.

NO BOLSO
Atualmente, no Brasil, são cobradas 72 tarifas por banco. Em 2001, eram cerca de 39. De cada dez tarifas cobradas, nove registraram aumento acima dos índices de inflação nos últimos anos. As distorções mais evidentes estão nos serviços de "cheque avulso", variando 907%, e "renovação de ficha cadastral", com variação de cerca de 433%. A Fecomercio SP lançará, em dezembro, uma cartilha sobre tarifas de instituições financeiras, cujo objetivo é orientar o empresário na administração dos custos relativos a essas operações.

CONTRACORRENTE

A Microservice, de produção de mídia digital, vai na contramão da corrente que prega o fim do CD e investe R$ 20 milhões em um novo centro de distribuição no complexo que mantém em Manaus. "Embora muitos digam que essas mídias estão com os dias contados, continuamos acreditando nelas, Não há substituto à altura em qualidade", diz Isaac Hemsi, diretor da empresa.

INTERCÂMBIO
Com a nova onda de investimentos, os espanhóis querem aprender mais sobre o ambiente de negócios no Brasil. Em janeiro, George Niaradi, coordenador do Centro de Estudos de Negócios Internacionais da Business School São Paulo, desembarca em Madri a convite do Centro Internacional de Formación Financiera, cujos patronos são o Santander e a Universidad Alcalá de Henares, para uma série de seminários sobre o ambiente regulatório no Brasil e os aspectos da legislação para investimentos internacionais no país.

LUZ ACESA
O índice de satisfação da população quanto às informações prestadas pelas distribuidoras sobre o uso correto da energia elétrica chegou a 68,7%, em 2007, segundo pesquisa da Abradee (associação de distribuidores). O resultado cresceu 14,6% desde a primeira pesquisa, em 99, e foi 2,5% superior ao obtido em 2006. Nesta semana, a entidade e suas associadas promovem a segunda Semana Nacional de Segurança com Energia Elétrica.

INTERNET
Até amanhã, serão escolhidos os novos representantes da sociedade civil no CGI (Comitê Gestor da Internet) no Brasil. Dentro do terceiro setor, que terá direito a quatro vagas efetivas, um colégio eleitoral elegerá os representantes que vão ajudar a gerir a internet no país em conjunto com representantes do governo e do empresariado nacionais. Entre os candidatos está a Childhood Brasil (Instituto WCF-Brasil), ONG da rainha Silvia, da Suécia.


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