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Perdas de bancos dos EUA trazem apreensão
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
No dia seguinte à renúncia do
seu CEO, Charles Prince, o Citigroup viu as suas ações se desvalorizarem em 5,06% na Bolsa
de Nova York, vendidas a US$
35,82. Devido às desconfianças
que pairam sobre o setor, a
maioria dos papéis de bancos e
empresas financeiras sofreu
junto -os da Merrill Lynch recuaram 2,22%, os do Bank of
America tiveram queda de
1,26%, e os do Washington Mutual caíram 3,36%. O índice
Dow Jones, o principal da Bolsa
nova-iorquina, terminou a segunda-feira em baixa de 0,38%,
e a Nasdaq (de empresas de tecnologia) recuou 0,54%.
Em uma semana, Prince foi o
segundo presidente de empresa do ramo a deixar o cargo como resultado das fortes perdas
sofridas com as hipotecas "subprime" (de alto risco): na terça-feira passada, Stan O'Neal, da
Merrill Lynch, havia informado que estava se aposentando.
"Acho que ainda não chegou
ao fim a safra de más notícias",
comenta Richard Bove, analista do banco de investimentos
Punk Ziegel. Ainda no domingo, o Citi acrescentou um montante que pode variar de US$ 8
bilhões a US$ 11 bilhões aos
US$ 6,5 bilhões que já tinha estimado anteriormente como
rombo deixado pela crise.
"As companhias precisam divulgar projeções de ganhos e
prejuízos até o final do ano fiscal, no próximo dia 30; então,
até lá, estamos sujeitos a mais
turbulências", completa Bove.
Há meses, especialistas alertam de que a pior parte da crise
no mercado é a sensação de que
os balanços trarão à tona o tamanho do estrago com a crise
no setor imobiliário.
Um dos diretores do Fed
(banco central americano), em
discurso, deixou claro que há
motivo para pessimismo: "As
condições para mutuários do
segmento "subprime" têm potencial de piorar mais antes de
melhorar", afirmou Randall
Kroszner durante uma conferência. Segundo levantamento
da instituição, mais bancos estão dificultando as regras para
conceder crédito, mesmo para
os clientes que têm um bom
histórico de pagamento -o número de financeiras com regras
mais rígidas passou de 15% em
julho para 40% em outubro.
Embora não se saiba exatamente o tamanho do rombo entre os bancos, por enquanto
não há sinais de que a crise tenha contaminado o resto da
economia. Os números do instituto ISM que saíram ontem
mostram isso: o indicador de
atividade no setor de serviços
foi de 54,8 pontos em setembro
para 55,8 pontos em outubro,
acima da expectativa.
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