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Faturamento com genéricos
deve crescer 42% em 2007
Setor eleva vendas com política agressiva de descontos
DA REPORTAGEM LOCAL
Pesquisa feita pela Pró Genéricos (Associação Brasileira das
Indústrias de Medicamentos
Genéricos) mostra que, nos últimos sete anos, os brasileiros
economizaram R$ 6,980 bilhões ao comprar medicamentos genéricos.
"Essa conta considera quanto os consumidores gastariam
se tivessem de comprar remédios de marca", afirma Odnir
Finotti, presidente da Pró Genéricos. Segundo ele, em média
esses remédios custam 50%
menos e o preço está em queda
livre devido à política agressiva
de descontos dos fabricantes
para as redes de farmácia.
Esses números ajudariam a
explicar por que os brasileiros
estão cada vez mais familiarizados com os genéricos. Entre janeiro e setembro deste ano, as
vendas totalizaram US$ 1,083
bilhão, contra US$ 1,054 bilhão
computado entre janeiro e dezembro do ano passado.
Nesse ritmo, espera-se que a
receita de 2007 feche na casa de
US$ 1,5 bilhão, um crescimento
de 42,3% em relação a 2006.
Mas não é só o faturamento do
setor que chama a atenção.
Ainda segundo a Pró Genéricos, entre as sete maiores empresas do ramo (incluindo as
que vendem remédios de marca), quatro são nacionais e também atuam com genéricos.
Um laboratório já pediu registro na CVM (Comissão de
Valores Mobiliários) para a
abertura do capital. Seus concorrentes mantêm a cautela.
"Pensamos nisso há três
anos, mas não vamos nos capitalizar só para ampliar a produção", afirma José Ricardo Mendes da Silva, diretor-geral de
operação da Biosintética, braço
dos genéricos do Aché. "O mais
importante seria investir em
novos medicamentos."
Febre no mercado
Para ele, a política de preços
arrojada de algumas companhias é o que explica a explosão
das vendas. "No nosso mercado, não é possível dar descontos que chegam a 70% mantendo a lucratividade do negócio", afirma Mendes da Silva.
Pela lei, um genérico tem de
sair de fábrica custando, no máximo, 35% menos que o produto de referência (o remédio de
marca). Para conseguir estimular as vendas, as fabricantes aumentariam ainda mais os descontos nas redes de farmácias.
A Folha apurou que 25% seria o limite dos descontos nas
prateleiras para que a margens
de lucro fossem preservadas.
Especialistas afirmam, no entanto, que seria possível compensar as supostas perdas com
o ganho de volume de venda.
Com a política agressiva de
descontos nas redes varejistas,
a participação dos genéricos
sobre as vendas totais do setor
(em unidades) saltou de 4,9%,
em 2002, para 16,6%, em setembro deste ano.
Além disso, os laboratórios
lançam cada vez mais produtos. "Já existe genérico para
cerca de 70% das doenças",
afirma Jairo Yamamoto, presidente do laboratório Medley,
que, com a autorização do governo, começará a produzir anticoncepcionais genéricos.
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