São Paulo, terça-feira, 06 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Faturamento com genéricos deve crescer 42% em 2007

Setor eleva vendas com política agressiva de descontos

DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa feita pela Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos) mostra que, nos últimos sete anos, os brasileiros economizaram R$ 6,980 bilhões ao comprar medicamentos genéricos.
"Essa conta considera quanto os consumidores gastariam se tivessem de comprar remédios de marca", afirma Odnir Finotti, presidente da Pró Genéricos. Segundo ele, em média esses remédios custam 50% menos e o preço está em queda livre devido à política agressiva de descontos dos fabricantes para as redes de farmácia.
Esses números ajudariam a explicar por que os brasileiros estão cada vez mais familiarizados com os genéricos. Entre janeiro e setembro deste ano, as vendas totalizaram US$ 1,083 bilhão, contra US$ 1,054 bilhão computado entre janeiro e dezembro do ano passado.
Nesse ritmo, espera-se que a receita de 2007 feche na casa de US$ 1,5 bilhão, um crescimento de 42,3% em relação a 2006. Mas não é só o faturamento do setor que chama a atenção.
Ainda segundo a Pró Genéricos, entre as sete maiores empresas do ramo (incluindo as que vendem remédios de marca), quatro são nacionais e também atuam com genéricos.
Um laboratório já pediu registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para a abertura do capital. Seus concorrentes mantêm a cautela.
"Pensamos nisso há três anos, mas não vamos nos capitalizar só para ampliar a produção", afirma José Ricardo Mendes da Silva, diretor-geral de operação da Biosintética, braço dos genéricos do Aché. "O mais importante seria investir em novos medicamentos."

Febre no mercado
Para ele, a política de preços arrojada de algumas companhias é o que explica a explosão das vendas. "No nosso mercado, não é possível dar descontos que chegam a 70% mantendo a lucratividade do negócio", afirma Mendes da Silva.
Pela lei, um genérico tem de sair de fábrica custando, no máximo, 35% menos que o produto de referência (o remédio de marca). Para conseguir estimular as vendas, as fabricantes aumentariam ainda mais os descontos nas redes de farmácias.
A Folha apurou que 25% seria o limite dos descontos nas prateleiras para que a margens de lucro fossem preservadas. Especialistas afirmam, no entanto, que seria possível compensar as supostas perdas com o ganho de volume de venda.
Com a política agressiva de descontos nas redes varejistas, a participação dos genéricos sobre as vendas totais do setor (em unidades) saltou de 4,9%, em 2002, para 16,6%, em setembro deste ano.
Além disso, os laboratórios lançam cada vez mais produtos. "Já existe genérico para cerca de 70% das doenças", afirma Jairo Yamamoto, presidente do laboratório Medley, que, com a autorização do governo, começará a produzir anticoncepcionais genéricos.


Texto Anterior: Vaivém das commodities
Próximo Texto: Varejo: Pão de Açúcar compra 60% do Assai e entra no "atacarejo"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.