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Estados recebem, em 2010, R$ 3,9 bi das perdas da Lei Kandir
Esse valor está garantido no Orçamento; se houver
receita disponível, União repassará mais R$ 1,3 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os Estados conseguiram garantir um reembolso de R$ 3,9
bilhões pelo imposto que deixarão de recolher com a isenção às exportações no ano que
vem. A compensação pelas perdas da chamada Lei Kandir não
estava prevista no Orçamento
enviado ao Congresso, mas será
incluída no relatório final depois de acordo feito com a equipe econômica.
"O problema está resolvido
do ponto de vista político e técnico. Com a reestimativa de receitas, abrimos espaço para o
pagamento", disse o relator do
Orçamento, deputado Geraldo
Magela (PT-DF).
A disputa entre os Estados e a
União pelo ressarcimento das
perdas com a isenção do ICMS
nas vendas ao exterior é recorrente. O governo entende que,
desde 2002, não tem mais a
obrigação de fazer o pagamento, que seria condicionado à
disponibilidade de receitas.
Já os governadores insistem
que o valor devido é de R$ 5,2
bilhões. Neste ano, São Paulo e
Minas Gerais, grandes Estados
exportadores, ameaçaram
proibir o uso de créditos acumulados pelas empresas nas
vendas externas.
A negociação com a União
garante o pagamento de R$ 3,9
bilhões e condiciona o restante
do repasse ao comportamento
da arrecadação federal. Se houver recursos, o governo federal
deverá transferir mais R$ 1,3
bilhão aos Estados em 2010.
Essa foi a segunda vez que o
governo federal deixou de incluir o pagamento da Lei Kandir no projeto do Orçamento
enviado ao Congresso. A primeira vez foi em 2005, e, depois
de negociações com os governadores, a União também concordou com o pagamento.
O acordo feito neste ano foi
chancelado pelos secretários-executivos dos ministérios da
Fazenda e do Planejamento. De
acordo com Magela, a aprovação do Orçamento corria o risco de "emperrar" caso não houvesse uma solução para o problema da Lei Kandir.
Aprovada em 1996, a lei isenta as exportações do pagamento de ICMS. Mas, para evitar
que os Estados perdessem receitas, a União concordou em
ressarcir as perdas até 2002.
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