São Paulo, sexta-feira, 06 de novembro de 2009

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Bovespa volta a subir e se aproxima dos 65 mil pontos

Dados dos EUA animam, e Bolsa registra alta de 1,41%

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado acionário voltou a ter ganhos nos EUA e na Europa. O movimento ajudou a Bovespa a se aproximar dos 65 mil pontos: ontem subiu 1,41% e terminou o pregão a 64.815 pontos. Nesse nível, a apreciação no ano foi a 72,6%.
Apenas nesta semana, a Bolsa brasileira já subiu 5,31%, mostrando que as oscilações elevadas e as perdas do fim de outubro não se tornaram a nova tônica do mercado local.
A economia dos EUA, onde dados favoráveis foram apresentados, foi a grande propulsora dos negócios ontem. O índice Dow Jones, que reúne 30 das mais importantes ações dos EUA, fechou com ganhos de 2,08%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, referência no segmento de alta tecnologia, subiu 2,42%.
Aos investidores agradou o anúncio de recuo nos pedidos de seguro-desemprego feitos pelos norte-americanos. Outro dado bem recebido foi o da produtividade do setor não agrícola do país, que registrou alta de 9,5% no terceiro trimestre.
Na Europa houve dados mais fracos, como o recuo de 0,7% no volume de vendas do varejo na zona do euro em setembro.
A Bolsa de Londres encerrou as operações com alta de 0,35%. Em Frankfurt, os ganhos ficaram em 0,67%.
Apesar do enfraquecimento das commodities, as ações brasileiras de empresas como Petrobras e Vale terminaram o pregão com valorização.
A maior alta do dia ficou nas mãos da Vivo, que terminou com ganhos de 5,19%. A empresa anunciou ontem lucro trimestral de R$ 340 milhões -um crescimento de 154%.
Na sequência apareceu a ação preferencial da Brasil Telecom, que avançou 4,04%.
A Gerdau foi outra companhia que apresentou balanço bem recebido pelo mercado, e seu papel PN ganhou 2,03%.
Pela manhã o Ibovespa chegou a operar no vermelho, atingindo na mínima 63.699 pontos, mas reagiu com a melhora de suas ações mais negociadas: Petrobras PN teve alta de 1,96%, e Vale PNA, de 0,76%.
Localmente, houve ainda os dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que mostraram recuperação da atividade em setembro.
No mercado de câmbio, o dólar registrou depreciação de 0,35% e terminou cotado a R$ 1,722. A moeda norte-americana já recuou 1,99% nesta semana e passou a acumular depreciação de 26,2% em 2009.
Ontem, comentou-se muito no mercado a possibilidade de o governo anunciar em breve novas medidas para tentar conter a apreciação do real. Mesmo assim, o dólar recuou.
Hoje a agenda norte-americana traz a apresentação do resultado de sua pesquisa mensal de emprego. A expectativa dos analistas é a de que a taxa de desemprego no país ainda tenha subido em outubro.
"A taxa de desemprego nos EUA deve atingir 9,9%, o maior nível desde 1983, e o mercado espera que ultrapasse os 10% no início do próximo ano. A destruição de postos de trabalho, que ocorrerá pelo 22º mês consecutivo, deve atingir quase 7,5 milhões desde o início da recessão nos EUA, no final de 2007", afirma Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
Em setembro, a taxa de desemprego alcançou os 9,8% na maior economia do mundo. Se o resultado vier acima dos 9,9% esperados, o mercado deve ter uma reação negativa.
"O relatório de emprego deve continuar mostrando fraqueza nas condições do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que continuará pesando como um fator limitador para a retomada do crescimento econômico naquele país", concluiu o economista.


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