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Greenspan diz que pânico dos investidores está diminuindo
das agências internacionais
O presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Alan Greenspan, afirmou
ontem que há sinais de que o pânico dos investidores no mercado financeiro internacional está diminuindo.
O impacto das declarações de
Greenspan foi imediato em Wall
Street. O índice Dow Jones -principal termômetro acionário norte-americano-, que começara o dia
em queda, recuperou-se e fechou
com alta de 1,51%.
Foi o primeiro pronunciamento
público de Greenspan desde 15 de
outubro, quando o Fed decidiu reduzir, pela segunda vez em menos
de um mês, as taxas dos juros norte-americanos justamente para
conter a expansão da crise.
As declarações tiveram um peso
ainda maior porque o próprio
Greenspan havia feito, no mês passado, advertências sobre a pressão
que a desconfiança generalizada
dos investidores estava exercendo
sobre mercados de todo o mundo.
Os comentários do presidente do
Fed, feitos em Washington, foram
transmidos aos participantes de
uma convenção anual da Associação Industrial de Valores, realizada na Flórida.
Greenspan não deu sinais de que
o Fed reduzirá mais uma vez os juros em sua próxima reunião, marcada para o dia 17.
Investidores na Bolsa de Nova
York consideraram que, embora
não tenha confirmado uma possível baixa dos juros, o presidente do
Fed também não descartou por
completo essa possibilidade.
"Ele não disse nada diretamente
relacionado aos juros, o que significa que ele pode não ter eliminado
uma nova redução", afirmou Peter
Coolidge, analista da corretora
Brean, Murray & Co.
A expectativa de nova queda das
taxas foi reforçada pela divulgação
de que o nível de desemprego em
outubro foi de 4,6%, igual ao do
mês anterior. A manutenção do índice, que estava caindo, foi considerada um sinal de que a economia
estaria se desaquecendo.
Greenspan afirmou que o temor
que havia prevalecido nos mercados depois do agravamento da crise russa está se dissipando.
Nas semanas que se seguiram à
moratória russa, os investidores
saíram de mercados emergentes
em busca de praças mais seguras
para colocar seus recursos.
Os países da América Latina -o
Brasil, principalmente- foram
vistos, naquela ocasião, como as
novas vítimas da crise mundial,
que havia chegado à Rússia depois
de ter atingido a Ásia.
Agora, segundo Greenspan, há
"indícios significativos de alguma
inversão".
O presidente do Fed se mostrou
contrário a um controle de capitais
-idéia que está sendo discutida
para prevenir novas crises. Ele disse que é "improvável que (o controle) seja efetivo".
Greenspan afirmou que os países
que impõem controles de capitais,
entre os quais a Malásia, prejudicam o acesso dos investidores externos, que têm se mostrado fundamentais para o desenvolvimento de suas economias.
O presidente do Fed também reconheceu que as moedas de países
que não dispõem de sérios fundamentos macroeconômicos se mostram vulneráveis em relação a outras divisas. "A questão não é a estabilidade das moedas, e sim as políticas que as mantêm estáveis".
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