São Paulo, sexta, 6 de novembro de 1998

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TELEBRÁS
Situação do país melhorou, diz Barros
Governo desiste de antecipar recursos

da Sucursal de Brasília

O Ministério das Comunicações decidiu abandonar as negociações para antecipar a entrada no país dos recursos obtidos com a privatização da Telebrás, informou ontem o ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros.
O ministro vinha negociando essa antecipação com a Telecom Italia, que é acionista da Tele Centro Sul, da Tele Celular Sul e da Tele Nordeste Celular.
Para Mendonça de Barros, a antecipação se tornou desnecessária porque "a situação do Brasil melhorou" no cenário internacional.
No mês passado, ele conseguiu antecipar a entrada de US$ 3,885 bilhões (pagos pela Telefónica de España e pela Portugal Telecom).
Os recursos aumentaram as reservas do país, mas foram insuficientes para compensar a saída de dólares provocada pela crise.
"Aquilo (a antecipação de outubro) foi importante para demonstrar confiança no país. Mas agora não existe a importância daquele momento", disse o ministro.
A operação realizada em outubro está sendo analisada pelo Tribunal de Contas da União, que investiga a possibilidade de ela ter reduzido o valor final obtido com a privatização da Telebrás.
O ministério também desistiu de vender, ainda neste ano, o pacote de 25% das ações da Tele Norte Leste que está com o BNDESPar (empresa de participações do BNDES). "Neste ano não dá mais", disse o ministro.
Compradas por R$ 850 milhões, as ações estão avaliadas em mais de R$ 1 bilhão. A Telecom Italia já ofereceu R$ 1,03 bilhão por esse bloco acionário.
Por trás desse adiamento está um desentendimento entre Mendonça de Barros e o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, Renato Guerreiro.
Para Guerreiro, a Telecom Italia não pode adquirir as ações porque ela é responsável pela gestão da Tele Centro Sul e de outras duas operadoras de telefonia celular.
O ministro defende os italianos e vem negociando a participação deles na operação.



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