São Paulo, sexta, 6 de novembro de 1998

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MONTADORAS
Contrato prevê que, em dez anos, a empresa venderá aos chineses 218 mil modelos Blazer e S10 desmontados
GM vai exportar US$ 710 mi para a China

Lula Marques/Folha Imagem
Presidente Fernando Henrique Cardoso recebe em Brasília grupo de executivos da General Motors do Brasil


da Sucursal de Brasília

A General Motors do Brasil anunciou ontem a exportação de US$ 710 milhões em kits (carros desmontados) de dois de seus modelos para a China entre os anos 2000 e 2010. Os detalhes do contrato foram apresentados ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso pelo presidente da empresa, Frederick Henderson.
"Trata-se do maior contrato assinado pela GM do Brasil relacionado com o projeto mundial da GM", afirmou Henderson.
O contrato assinado entre a General Motors do Brasil e a joint venture formada pela General Motors Corporation e o governo chinês prevê que o Brasil, a partir do ano 2000, deixará de embarcar para a China os modelos prontos. Passará a exportar apenas os kits.
No período de dez anos, serão embarcados 218,7 mil kits do utilitário Blazer e da picape S10, fabricados pela unidade da GM em São Caetano. A montagem final ocorrerá em fábrica da joint venture na Província de Shenyang.
A China exigiu que 40% das peças e componentes dos veículos que serão montados em Shenyang sejam de origem chinesa no ano 2000. Ao cabo dos dez anos, esse percentual aumentará para 70%.
Por enquanto, o anúncio do contrato não deverá influir na política de emprego da empresa, diz José Carlos Pinheiro Neto, diretor de Assuntos Corporativos e de Exportação da GM do Brasil e presidente da Anfavea, a associação das montadoras. A GM mantém aberto o seu programa de demissões voluntárias.
Henderson afirmou que a empresa não pretende rever projetos de investimentos no país em razão da crise ou dos resultados das eleições. "Investimos em Gravataí e em Mogi das Cruzes neste ano e avaliamos outros projetos."

IPI e queda nas vendas
Segundo Pinheiro Neto, as montadoras deverão "trabalhar" para conseguir do governo a prorrogação da alíquota reduzida do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis, depois de 1º de janeiro de 99.
Desde 21 de setembro, o IPI de carros populares é de 8%. Em janeiro de 99, passará a 10%.
As vendas de automóveis caíram 40% em outubro, em relação ao mesmo mês de 97, disse Pinheiro Neto. Ele afirmou que a queda decorreu das eleições e da perspectiva de anúncio do pacote fiscal.



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