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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Volume de negócios de ADRs brasileiros supera o do Ibovespa
O volume médio de ADRs de
empresas brasileiras negociado
por dia no exterior superou em
47% o total de operações de
compra e venda de ações das 66
companhias brasileiras que
compõem o Ibovespa em novembro. Por dia, os papéis do
índice movimentaram em média US$ 1,538 bilhão. Já os
ADRs brasileiros somaram
uma média diária de US$ 2,26
bilhões no mês passado. As informações são de levantamento da Economática.
"Existe um outro Ibovespa
em Nova York", afirma Einar
Rivero, economista da Economática. Para ele, o levantamento prova que há um apetite
muito grande dos investidores
estrangeiros pelos papéis das
companhias brasileiras.
O executivo Erminio Lucci,
da Fator Securities, braço da
Fator Corretora em Nova York,
atribui o volume maior de negócios com ADRs do que com
ações da Bovespa à tentativa
dos investidores estrangeiros
de eliminar o risco cambial. "A
alta volatilidade do real é mais
um risco para o estrangeiro investir em ações no Brasil."
Os ADRs (American Depositary Receipt) são recibos de
ações negociados nas Bolsas
dos EUA. Atualmente, existem
38 empresas brasileiras que
oferecem ADRs aos investidores, como Vale e Petrobras.
O volume de negócios dos
ADRs brasileiros seguiu a queda registrada no Ibovespa após
o agravamento da crise. De setembro para novembro, houve
uma redução de 50% no montante negociado de ADRs do
país. Para as ações do índice da
Bolsa paulista, a queda no volume foi de 45%, apontam os dados da Economática.
Segundo Rivero, a queda no
volume de negócios acompanha a desvalorização das ações
brasileiras. Já Lucci atribui a
redução no montante ao interesse menor de estrangeiros
pelos papéis do país e à necessidade deles de obter caixa para
cobrir os resgates dos fundos de
investimentos.
EXIGÊNCIA
Antonio Prado, presidente da APPM (Análise, Pesquisa e
Planejamento de Mercado), afirma que a crise econômica
deixou as empresas mais exigentes com o retorno de seus investimentos publicitários e passaram a buscar até instrumentos utilizados em campanhas políticas. "A crise já chegou à cabeça dos homens de marketing e as empresas passaram a procurar instrumentos de muita precisão para situações em que a concorrência é tão grande quanto na política",
afirma Prado. Um dos instrumentos que passaram a ser usados foi o Capi (Computer Assisted Personal Interview), usado na campanha de Gilberto Kassab, que orienta com precisão elementos dos comerciais na TV.
Maioria dos executivos quer ficar no exterior
A maioria dos executivos
brasileiros que trabalham
no exterior não quer voltar
ao país. De 193 executivos
consultados pela Perfil Consultores Executivos, especializada em recrutamento e
"coaching" de altos executivos, apenas 81 disseram que
retornariam ao Brasil se tivessem a oportunidade.
"A maioria quer ficar. Eles
estão achando que a crise é
passageira", diz Antonio
Carlos Martins, presidente
da consultoria.
Para ele, os motivos apontados pelos executivos surpreenderam. A maioria deles dá mais importância a fatores relacionados à família
e à qualidade de vida do que
às perspectivas de carreira e
à conjuntura econômica na
hora de decidir em qual país
vai trabalhar.
Apenas seis executivos
disseram que voltariam ao
Brasil em razão da crise econômica, porque vêem melhores perspectivas para o
país no atual cenário.
"É muito claro que os executivos consideram mais os
fatores não-financeiros para
tomar as decisões", afirma
Martins.
MOVIMENTO
A corrente de comércio
entre brasileiros e árabes, de
importação e exportação entre as regiões, alcançou volume de US$ 18,9 bilhões, alta
de 56,5% nos primeiros 11
meses do ano, ante o mesmo
período do ano passado.
NACIONAL
A Copa Airlines, subsidiária da Copa Holdings, acaba
de receber mais uma aeronave Embraer-190. Com a
aquisição, a Copa chega a um
total de 42 aviões e passa a
ter 15 aviões brasileiros em
sua frota.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI
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