São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009

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Tramo norte terá parceria público-privada

DA REPORTAGEM LOCAL

O tramo norte do Rodoanel, que completará o anel viário Mário Covas, terá um regime de concessão distinto daqueles realizados até agora.
Segundo o vice-governador Alberto Goldman, o governo pretende propor uma PPP (Parceria Público-Privada) para viabilizar a concessão e a construção dessa parte final.
O governo avalia que o tráfego no ramo norte será muito inferior ao dos demais trechos, o que não garantirá receita suficiente para bancar o custo do investimento que terá de ser feito para construí-lo.
A estimativa é que a obra seja ainda mais cara do que as dos demais trechos, que custam em média R$ 5 bilhões. O valor ainda não foi calculado.
A estrada cortará a serra da Cantareira, uma das poucas reservas florestais remanescentes na região da Grande São Paulo. Por isso é uma área considerada delicada do ponto de vista ambiental.
É dessa área que sai metade da água que abastece a capital, no chamado Sistema Cantareira. Mesmo com essas dificuldades, o governo de São Paulo quer obter a licença ambiental e organizar o leilão do último trecho ainda no ano de 2010. O plano é ter o Rodoanel completo antes da Copa de 2014.
O eventual efeito negativo com o aumento do número de praças de pedágio, condição do processo de concessão de rodovias, não preocupa o governo tucano em ano eleitoral.
Goldman disse que o governo José Serra não considera esse um problema eleitoral.
"Não estamos pensando nos efeitos políticos [da concessão do Rodoanel]. Não podemos levar isso em conta. Ruim é não fazer nada. Diria que o efeito político de fazer a estrada e cobrar é melhor do que o efeito político de não fazer e não cobrar", disse.
Goldman disse que a concessão do trecho norte do Rodoanel pode ocorrer antes do leilão para os lotes de rodovias do litoral sul e norte. O conselho do PED (Programa Estadual de Desestatização) chegou a avaliar o edital dos dois trechos, mas esbarrou no custo da concessão do litoral norte.
"Há trechos que não estão maduros para serem concedidos. É preciso haver uma demanda da sociedade. No Rodoanel isso existe", disse.
Prefeituras da região questionaram a quantidade de pedágios prevista. O principal projeto no trecho seria a duplicação da Tamoios, obra que consumiria R$ 1 bilhão. (AB)


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