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Tramo norte terá parceria público-privada
DA REPORTAGEM LOCAL
O tramo norte do Rodoanel,
que completará o anel viário
Mário Covas, terá um regime
de concessão distinto daqueles
realizados até agora.
Segundo o vice-governador
Alberto Goldman, o governo
pretende propor uma PPP
(Parceria Público-Privada) para viabilizar a concessão e a
construção dessa parte final.
O governo avalia que o tráfego no ramo norte será muito inferior ao dos demais trechos, o
que não garantirá receita suficiente para bancar o custo do
investimento que terá de ser
feito para construí-lo.
A estimativa é que a obra seja
ainda mais cara do que as dos
demais trechos, que custam em
média R$ 5 bilhões. O valor ainda não foi calculado.
A estrada cortará a serra da
Cantareira, uma das poucas reservas florestais remanescentes na região da Grande São
Paulo. Por isso é uma área considerada delicada do ponto de
vista ambiental.
É dessa área que sai metade
da água que abastece a capital,
no chamado Sistema Cantareira. Mesmo com essas dificuldades, o governo de São Paulo
quer obter a licença ambiental
e organizar o leilão do último
trecho ainda no ano de 2010. O
plano é ter o Rodoanel completo antes da Copa de 2014.
O eventual efeito negativo
com o aumento do número de
praças de pedágio, condição do
processo de concessão de rodovias, não preocupa o governo
tucano em ano eleitoral.
Goldman disse que o governo
José Serra não considera esse
um problema eleitoral.
"Não estamos pensando nos
efeitos políticos [da concessão
do Rodoanel]. Não podemos levar isso em conta. Ruim é não
fazer nada. Diria que o efeito
político de fazer a estrada e cobrar é melhor do que o efeito
político de não fazer e não cobrar", disse.
Goldman disse que a concessão do trecho norte do Rodoanel pode ocorrer antes do leilão
para os lotes de rodovias do litoral sul e norte. O conselho do
PED (Programa Estadual de
Desestatização) chegou a avaliar o edital dos dois trechos,
mas esbarrou no custo da concessão do litoral norte.
"Há trechos que não estão
maduros para serem concedidos. É preciso haver uma demanda da sociedade. No Rodoanel isso existe", disse.
Prefeituras da região questionaram a quantidade de pedágios prevista. O principal
projeto no trecho seria a duplicação da Tamoios, obra que
consumiria R$ 1 bilhão.
(AB)
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