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Trechos sul e leste formarão lote único
Construção dos 43,5 km do ramo leste do Rodoanel custará R$ 5 bilhões, segundo estimativas do governo paulista
O prazo para a conclusão da obra será de 30 meses;
governo de São Paulo não exigirá que o consórcio vencedor pague outorga
Danilo Verpa - 17.nov.09/Folha Imagem
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Obras do trecho sul do Rodoanel, já em fase final e com previsão de abertura ao tráfego em março
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo do Estado de São
Paulo vai realizar em março de
2010 o leilão de concessão dos
trechos sul e leste do Rodoanel
Metropolitano, que contorna a
Grande São Paulo.
A meta do governador José
Serra (PSDB-SP) é assinar o
contrato de concessão entre os
meses de junho e julho do ano
que vem, informou o vice-governador, Alberto Goldman. O
edital de concessão, com as bases do negócio, foi aprovado em
reunião do Conselho do Programa Estadual de Desestatização (PED), na última terça.
A principal novidade do edital será a fusão num mesmo lote dos trechos sul e leste.
O trecho sul está em fase final de obras e deverá ser aberto
ao tráfego em março, depois de
fracassar a tentativa de antecipar a entrega do trecho para
novembro. A obra enfrentou
problemas com o desabamento
de vigas na Régis Bittencourt
no mês passado.
O consórcio vencedor do leilão terá de assumir a construção e posteriormente a operação do trecho leste, que permitirá conduzir o tráfego do Rodoanel oeste e sul às rodovias
Henrique Eroles (SP-66), Ayrton Senna e Presidente Dutra.
A concessionária terá prazo
de 30 meses para construir a
parte leste do Rodoanel após a
assinatura do contrato.
Estimativas do projeto do governo paulista indicam que os
43,5 quilômetros do trecho leste custarão R$ 5 bilhões.
A estruturação financeira da
obra será de responsabilidade
do concessionário. O projeto já
tem licença ambiental. Quando
pronto, o trecho leste interligará dez estradas que conectam a
capital paulista com vários
pontos do país. Fará ainda a conexão entre a rodovia dos Bandeirantes e a Dutra.
Como o trecho oeste foi inaugurado em 2002, faltará apenas
a concessão do trecho norte,
sobre a "delicada" serra da Cantareira, o que permitirá por fim
ligar também a rodovia Fernão
Dias (São Paulo-Belo Horizonte) sem passar pelas marginais.
Ao contrário do leilão dos
cinco lotes de rodovias paulistas, realizado em outubro de
2008, o governo de São Paulo
não exigirá do vencedor pagamento de outorga.
No leilão de concessão das
rodovias Ayrton Senna/Carvalho Pinto, D. Pedro 1º, Marechal Rondon (leste e oeste) e
Raposo Tavares, as empresas
tiveram que desembolsar R$
3,4 bilhões a título de outorga
para os cofres estaduais.
De acordo com o edital do
Rodoanel, o prazo da concessão
será de 35 anos, período em que
o concessionário poderá explorar a cobrança de pedágios sobre uma circulação de veículos
de 3 bilhões de vezes.
Essa é a previsão de circulação de automóveis, caminhões
e ônibus nos dois trechos ao
longo das três décadas e meia
da concessão. Serão mais de 50
mil veículos por dia.
Como nos leilões anteriores,
o consórcio vencedor será
aquele que oferecer o maior deságio sobre a tarifa-teto aprovada no edital. O valor por quilômetro será de R$ 0,107910,
igual ao estipulado pelo governo nas concessões anteriores.
Na concessão do trecho oeste, a CCR venceu o leilão com
um deságio superior a 61% sobre o preço-teto para assumir
os 32 quilômetros do trecho.
De acordo com o edital, o
contrato de concessão será corrigido todos os anos pelo IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que substitui o
IGP-M (já abandonado nos últimos contratos assinados pelo
governo do Estado).
Com o edital aprovado pelo
PED, o governo deverá fazer
ainda neste mês as audiências
para a discussão pública da modelagem da concessão.
A publicação do edital deverá
acontecer em fevereiro, disse o
vice-governador. Em março,
ocorre o leilão.
Cuidado
De acordo com vice-governador, o governo pretende ampliar as exigências dos consórcios interessados em disputar
os trechos sul e leste. Goldman
disse que o objetivo é evitar os
problemas provocados pela
TPI (Triunfo Participações e
Investimentos). No leilão dos
cinco lotes de rodovias, a empresa ganhou o leilão do complexo viário Ayrton Senna/Carvalho Pinto, mas não conseguiu
apresentar as garantias exigidas no edital.
"Vamos ter desta vez regras
mais rígidas para as garantias
bancárias. Não vamos aceitar
cartas de instituições financeiras que admitem apenas a intenção de conceder garantia.
Queremos garantias firmes dos
bancos", explica Goldman.
No episódio, a Artesp (Agência Reguladora dos Transportes no Estado de São Paulo) desabilitou a Triunfo e chamou a
segunda colocada no leilão, a
holding Ecorodovias, que administra o complexo Anchieta/Imigrantes. A Triunfo tentou se manter no negócio, mas
sem sucesso.
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