São Paulo, segunda-feira, 07 de janeiro de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Recessão nos Estados Unidos deve ser branda, diz Werlang

Apesar do mau humor dos mercados na semana passada e das previsões mais negativas para o crescimento da economia neste ano, o economista Sérgio Werlang, diretor do Banco Itaú e ex-BC, não vê motivos para tanto pessimismo.
Segundo ele, o Fed (o banco central americano) e os bancos centrais europeus estão atentos, e, se sentirem qualquer possibilidade de um aperto maior na economia, eles irão injetar liquidez ao mercado, além de baixarem as taxas de juros.
Werlang acha que a economia americana irá ter um crescimento negativo nesses dois primeiros trimestres, mas logo depois deverá retomar a normalidade.Não deverá haver, a seu ver, uma contração muito forte nem no crédito nem na economia.
Werlang também não acha que o efeito dessa retração da economia americana tenha um impacto muito forte no Brasil. Segundo ele, o impacto só seria relevante se houvesse uma queda muito forte no preço das commodities.
Pelos cálculos de Werlang, o o preço das commodities teria que cair alguma coisa como 25% para frear o crescimento da economia brasileira. Ele, no entanto, não acredita nessa hipótese.
A sua aposta é que o país cresça entre 4% e 4,5% em 2008.
Na ata da última reunião do Fomc (comitê de política monetária dos EUA), de 11 de dezembro, que cortou mais 0,25 ponto percentual do juro americano, o Fed apresentou como justificativa para essa decisão a deterioração das perspectivas de crescimento da economia. A ata ainda enfatizou que o cenário econômico estaria sob uma incerteza incomum.
Apesar disso, o departamento econômico do Itaú acredita, no entanto, que as condições da economia podem melhorar, mas, mesmo assim, tudo indica que a taxa básica de juro americana irá sofrer um novo corte de 0,25 ponto na próxima reunião do Fomc, no final deste mês.

Pequenas empresas usaram mais de 20% do faturamento em ICMS

A tributação recolhida, nas esferas federal, estadual e municipal, pelas pequenas empresas brasileiras ultrapassou a marca dos R$ 8 bilhões no ano passado, de acordo com estimativas da RCS Brasil, auditoria com foco em pequenas e médias empresas.
"E cerca de 70% das companhias pagaram em tributos mais de 20% do seu faturamento", afirma José Santiago da Luz, diretor tributário da auditoria.
Somente de ICMS, as empresas comprometeram 20% do faturamento.
E, segundo o levantamento, 43,8% consideraram o PIS e Cofins os tributos que mais provocaram efeito no fluxo de caixa.
"Os impostos levam boa parte dos recursos das empresas, em alguns casos mais de 40%", afirma Luz.
Cerca de 35% das pequenas empresas comprometeram de 21% a 30% de seu faturamento com pagamento de impostos, de acordo com a pesquisa.

análise

"Não há semente para tanto crédito de carbono"

Não existe produção suficiente de sementes ou de mudas para abastecer nem metade de um dos projetos anunciados por empresas brasileiras em sua busca pela acumulação de créditos de carbono.
A opinião é do ambientalista, agrônomo e chefe de Política e Desenvolvimento Agropecuário do Ministério da Agricultura, André Vieira Ramos de Assis.
"As empresas têm alardeado o replantio de milhões de sementes e mudas para obter créditos de carbono, no entanto, nem os maiores produtores do Brasil dispõem de tanto material para ser disponibilizado", afirma Ramos de Assis.
O ambientalista defende que replantar mudas que não sejam nativas ou compatíveis com as condições de solo e clima da região pode surtir efeito contrário.
"Problemas como a erosão genética e a disseminação de pragas resistentes podem ser devastadores", afirma o ambientalista.

DIÁRIA VERDE

O hotel paulista Crowne Plaza, da rede hoteleira IHG, pretende ser "verde" neste ano. Para isso, adotou medidas ecologicamente corretas como compra de ovos em engradados plásticos retornáveis e reciclagem de em média 70% do lixo diário. Em toda a rede, no ano passado, foi realizada compra de energia no mercado livre, redução da pressão de duchas e descargas, construção de poços de água, programas de redução de uso de lavanderia e campanhas de conscientização. Para este ano, a idéia é adaptar a energia renovável nos hotéis, contratar empresas especializadas em maximização de recursos, revisar processos internos e reduzir o uso de papel, revisar procedimentos adotados com baixa ocupação, reforçar programas de reciclagem e criar uma lista de fornecedores preferenciais que tenham uma política ambiental.

PAREDÃO
O grupo Schincariol vai ser um dos participantes do "Big Brother Brasil", que estréia amanhã. Durante os três meses de exibição do programa, os competidores irão consumir seus produtos. Nas gincanas elaboradas para os participantes, estarão presentes produtos como água e suco da marca.

SONÍFERA ILHA
A Fiat vai lançar hoje duas ilhas sustentáveis inéditas no Second Life. Nestas ilhas, serão disponibilizados ao internauta informações sobre a história da montadora. também haverá acesso aos dados de vendas e de crescimento da empresa. A ação foi desenvolvida pela AgênciaClick.

NO PRATO

A multinacional de produtos alimentícios General Mills, detentora de marcas como Häagen-Dazs, Frescarini e Forno de Minas, tem planos internacionais para sua marca brasileira de massas Frescarini. Até fevereiro as massas passarão a ser exportadas para o mercado norte-americano. A expectativa é que as exportações para os Estados Unidos representem cerca de 5% das vendas dentro de três anos.


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