DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria de fundos de investimento registrou em 2008 a maior saída líquida de recursos da história. No ano passado, as aplicações superaram os resgates nos fundos em R$ 77,84 bilhões, mostra levantamento da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
A cifra superou os R$ 63,83 bilhões que deixaram o mercado de fundos em 2002 -ano marcado pela tensão da eleição presidencial e pela crise da marcação a mercado, que afetou o retorno das aplicações e assustou os investidores.
A saída de recursos interrompeu a contínua expansão do patrimônio líquido da indústria, que encerrou 2008 a R$ 1,094 trilhão. Em 2007, o patrimônio fechou a R$ 1,157 trilhão. No fim da década de 90, o patrimônio girava um pouco acima dos R$ 200 bilhões.
Quem atraiu os recursos dos investidores brasileiros no ano foram os CDBs (Certificados de Depósito Bancário). De um estoque de cerca de R$ 360 bilhões no fim de 2007, os CDBs saltaram para R$ 670 bilhões neste ano, segundo os últimos dados da Cetip.
Mesmo com os juros altos, os fundos de renda fixa foram os que mais sofreram resgates, encerrando o ano com captação negativa de R$ 60 bilhões. Os multimercados (que aplicam em vários segmentos) tiveram saques de R$ 54,5 bilhões.
Já os fundos de ações, cujas rentabilidades foram penalizadas pela queda da Bovespa, que ficou em 41,22% em 2008, terminaram o ano com captação positiva, de R$ 5,09 bilhões.
Os fundos cambiais, mesmo com a disparada do dólar, não atraíram investidores e terminaram com captação negativa de R$ 144,2 milhões. (FV)


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