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Bolsas mundiais perdem 13 "Brasis" em 2008
Empresas encolheram US$ 17 tri em valor de mercado; 60% da queda veio após a quebra do Lehman Brothers, em setembro
No Brasil, prejuízo foi de
US$ 331 bi, diz S&P; apesar de serem o centro da crise, EUA tiveram a quinta menor queda em porcentagem
ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO
As empresas negociadas nas
principais Bolsas mundiais
perderam US$ 17 trilhões do
seu valor de mercado no ano
passado, ou 13 Brasis, no maior
prejuízo da história dos mercados. O montante equivale ainda
à soma dos PIBs em 2007 dos
Estados Unidos e da Alemanha
(primeira e terceira maiores
economias mundiais, respectivamente), ou 31% do global.
Apesar de o mês passado ter
sido positivo, as perdas ganharam muito mais força a partir
de setembro, mês que ficou
marcado pela concordata do
banco de investimento Lehman Brothers e do consequente agravamento da crise financeira mundial. Até agosto, as
perdas nas maiores Bolsas do
mundo somavam US$ 6,4 trilhões, menos da metade do PIB
norte-americano de 2007.
Mesmo sendo o centro da
crise, os EUA não tiveram as
maiores perdas percentuais. As
empresas norte-americanas
perderam 38,68% do seu valor
de mercado, o quinto menor
declínio, perdendo apenas para
Marrocos, Israel, Japão e Suíça
em um levantamento de 46
mercados feito pela agência
Standard & Poor's.
A média mundial foi de perdas de 44%, e os maiores prejuízos foram os de Rússia
(73,7%), Irlanda (69,9%) e Grécia (66,5%). O Brasil teve a 13ª
maior queda mundial e o pior
resultado da América Latina,
com recuo de 57,35%. Na média, os emergentes tiveram um
desempenho inferior aos mercados dos países desenvolvidos:
quedas de 54,7% e 42,7%, respectivamente.
No valor total, no entanto, a
história é diferente: principal
mercado mundial, os Estados
Unidos perderam US$ 6,25 trilhões (pouco menos da metade
do PIB do país ou quase cinco
vezes o brasileiro). O segundo
maior prejuízo ficou com as
empresas negociadas nas Bolsas britânicas, que perderam
US$ 1,78 trilhão de valor de
mercado. Por esse mesmo quesito, o Brasil também ficou em
13º lugar, com perdas de US$
331 bilhões (um quarto do PIB
nacional há dois anos), ficando
à frente de países como a Rússia, a Espanha, a China e a Coreia do Sul.
Com as Bolsas mundiais tendo no mês passado o primeiro
crescimento desde maio de
2008, os mercados entram neste ano "cautelosamente otimistas", segundo a Standard &
Poor's. Em dezembro, as empresas tiveram um avanço de
3,9% em seu valor de mercado,
mas, ainda assim, acumularam
perdas de 23,4% no quarto trimestre do ano passado.
"Um raio de esperança: é assim como nós podemos definir
dezembro", afirmou Howard
Silverblatt, analista da Standard & Poor's. "No entanto, como é evidenciado pelas enormes pilhas de dinheiro que permanecem do lado de fora, muitos dos mercados mundiais estão com um atitude de esperar
para ver. O resultado é a continuação das volatilidades agudas nos mercados."
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