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GE abrirá centro de pesquisa no Brasil
Será o quinto empreendimento do tipo no mundo; gigante americana vê oportunidades de negócio de US$ 10 bilhões no país
Para Jeffrey Immelt, presidente mundial da empresa, investimento em pesquisa é demonstração
da importância do Brasil
Leticia Moreira/Folha Imagem
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Jeffrey Imelt, presidente mundial da GE, durante entrevista em São Paulo
MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL
A General Electric anunciou
ontem que pretende montar
um centro de pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Será o
quinto centro de pesquisa da
empresa no mundo.
O anúncio foi feito pelo presidente mundial da GE, Jeffrey
Immelt, em São Paulo. "Pesquisa e inovação são o orgulho da
GE. Não há nada mais importante que a companhia possa
fazer para demonstrar nosso
comprometimento com o Brasil do que a instalação de um
centro de pesquisa", disse o
executivo da maior empresa do
mundo, segundo a "Forbes". "A
economia do Brasil está muito
forte. Estou impressionado
com o progresso do país."
Além do centro, a empresa
planeja investimentos de pelo
menos US$ 118 milhões em expansão de capacidade, incluindo uma fábrica de turbinas em
Petrópolis (RJ).
A empresa enxerga oportunidades de negócios da ordem de
US$ 10 bilhões nos próximos
três ou quatro anos com as
obras de infraestrutura do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) e a exploração da
camada do pré-sal.
O investimento no centro de
pesquisa e sua localização não
estão definidos. A disputa
maior é entre Minas Gerais, Rio
de Janeiro e São Paulo, Estados
onde se localizam as 15 fábricas
da empresa no país.
A GE global faturou US$ 183
bilhões em 2008 e investe
anualmente US$ 6 bilhões em
pesquisa e desenvolvimento. A
empresa possui centros nos
EUA, Alemanha, China e Índia.
Uma vez definida a sede, a
construção deve levar de 12 a 15
meses. Segundo o diretor de relações institucionais da GE,
Alexandre Alfredo, serão contratados engenheiros nacionais. "Queremos investir em
talento local", disse.
As pesquisas devem se concentrar nas áreas de petróleo e
gás, energia e aviação (turbinas) -setores onde estão concentrados os principais negócios da empresa no Brasil.
Apesar de estar no país há 90
anos, o Brasil ainda é relativamente pequeno dado o porte da
GE. A subsidiária brasileira faturou US$ 3,3 bilhões em 2008,
mas o número deve encolher
para US$ 3 bi em 2009. A empresa vinha crescendo a uma
taxa de 12% ao ano, e em 2008
deu um salto de 45% ante 2007.
"Pretendemos recuperar e até
superar os níveis de 2008 em
2010", disse o presidente da GE
Brasil, João Geraldo Ferreira.
Immelt não quis falar sobre
metas de crescimento para o
Brasil, mas declarou: "Ficaria
muito espantado se nos próximos três anos não fôssemos
significativamente maiores do
que somos hoje. Estamos muito bem posicionados para o
crescimento da infraestrutura
do Brasil."
A GE brasileira emprega
6.000 funcionários e, com os
novos investimentos, deve contratar mais 600. Esse número
não inclui os funcionários do
centro de manutenção.
A crise afetou fortemente a
GE lá fora, pois 50% dos negócios vêm de sua área financeira,
a GE Capital. "Foram 18 meses
muito desafiadores", disse Immelt. Nos primeiros nove meses do ano, o faturamento global da companhia encolheu
15%. Dentre as medidas tomadas, foi reduzida a importância
dos serviços financeiros para
30%.
Quarta visita
Esta é a quarta visita de Immelt ao Brasil desde que assumiu o comando na GE, em
2001, em substituição a Jack
Welch. Mas, desta vez, ele não
tem encontros previstos com o
presidente Lula nem com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). "Eu me encontrarei com
grandes clientes", disse Immelt
em uma conversa com jornalistas em um hotel em São Paulo.
A Folha apurou que o executivo estará hoje em Brasília
apresentando o projeto do centro para o ministro de Ciência e
Tecnologia, Sergio Rezende.
Na sexta-feira, vai ao Rio, para
encontros com os presidentes
da Petrobras e da Vale.
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