|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Regra deve facilitar exportações para as pequenas empresas
Governo simplificará mecanismo de desoneração de matérias-primas de produtos para exportação
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para facilitar o acesso de pequenas e médias empresas a
mecanismos de desoneração de
exportações, o governo publicará nas próximas semanas
uma portaria simplificando e
unificando as modalidades do
chamado drawback, instrumento que suspende a tributação sobre a compra de insumos
utilizados na produção de bens
vendidos para o exterior.
Após amargar em 2009 a
maior queda nas exportações
dos últimos 60 anos, quando o
volume do comércio passou a
ser registrado, o governo apontou como prioridade a recuperação de importantes mercados perdidos durante a crise
global, como os Estados Unidos
e a Europa.
Além da demanda retraída,
os exportadores brasileiros de
produtos manufaturados têm
enfrentado dificuldade para
competir com outros países
por causa do câmbio valorizado
e da alta incidência de tributação nos embarques.
Nesse cenário, a primeira
medida para dar mais fôlego às
empresas no comércio exterior
na prática ampliará a utilização
de um mecanismo já existente,
que em média reduz em 17,5% o
custo das mercadorias brasileiras. "Atualmente apenas 25%
das firmas exportadoras utilizam o benefício, sobretudo as
maiores", afirma o secretário
de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,
Welber Barral.
Segundo ele, o mecanismo já
vem sendo implantado há alguns anos para desonerar o setor exportador na aquisição de
matérias-primas, peças e componentes importados e, desde
2008, é aplicado na compra de
insumos nacionais. Mas a modalidade conhecida como
"drawback verde e amarelo"
exigia que parte do insumo das
empresas fosse adquirida de
fornecedores estrangeiros.
A partir de agora as modalidades serão unificadas, e as restrições, que também impediam
a utilização do instrumento por
parte do setor agrícola, serão
extintas. "A medida vai simplificar a utilização por parte de
empresas médias, que não precisarão mais criar um departamento de exportação para lidar
com essa burocracia", disse o
secretário.
Para ele, a mudança é fundamental para que a meta do governo de atingir US$ 168 bilhões em exportações em 2010
seja atingida.
Segundo o secretário, o governo também negocia uma
utilização mais abrangente do
mecanismo em relação aos tributos estaduais, como o ICMS,
já desonerados na importação,
mas ainda incidentes sobre os
insumos nacionais. No entanto,
alguns Estados estariam preocupados com a possibilidade de
empresas manobrarem o benefício para a produção de mercadorias vendidas dentro do país.
Elaborada em conjunto pela
Secex (Secretaria de Comércio
Exterior) e a Receita Federal, a
nova regulamentação deve entrar em vigor até o fim do mês.
"Eu já assinei a portaria e espero que ela seja publicada ainda
em janeiro", afirmou Barral.
Texto Anterior: Analistas esperam fluxo menor em 2010 Próximo Texto: Vinicius Torres Freire: Ano novo, subsídio eterno Índice
|