São Paulo, quinta, 7 de janeiro de 1999

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COMÉRCIO EXTERIOR
Previsão do governo era que rombo não passaria de US$ 4 bi
Balança fecha 1998 com déficit de US$ 6,4 bilhões

DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília

A balança comercial de 1998 fechou com déficit de cerca de US$ 6,4 bilhões e frustrou todas as expectativas do governo para a área de comércio exterior. A previsão mantida até meados do ano era de resultado negativo de cerca de US$ 4 bilhões -a metade do valor registrado em 1997.
A Folha apurou que as exportações somaram US$ 51,2 bilhões no ano passado, o que representa queda de cerca de 3% em relação à cifra verificada em 97. A previsão oficial no início de 98 era de crescimento superior a 10% nos embarques.
As importações chegaram a US$ 57,6 bilhões, o que equivale a queda de 6% na mesma comparação. O recuo cumpriu as expectativas iniciais do governo. Entretanto, a queda nos desembarques foi acentuada pelo cenário recessivo, que também afetou os setores produtivos nacionais.
A Folha apurou que a redução da demanda mundial por produtos estrangeiros é apontada pela equipe econômica como a principal causa da diminuição dos embarques, principalmente ao longo do segundo semestre de 98.
Depois desse item, o que mais pesou foi a dificuldade de obtenção de financiamento pelo setor exportador, também acirrada depois da crise na Rússia.
Os números apontam ainda que, em dezembro, o déficit comercial foi de cerca de US$ 600 milhões. A cifra verificada em dezembro de 97 foi de US$ 709 milhões. As exportações somaram aproximadamente US$ 4 bilhões no ano passado, e as importações, US$ 4,6 bilhões. Isso significa queda de 12% nos dois itens.
O resultado desfavorável da balança comercial de 98 foi uma das causas essenciais do déficit em transações correntes, o principal indicador da dependência do país em relação ao capital estrangeiro.
A previsão oficial é que o déficit em transações correntes deva alcançar US$ 33,6 bilhões em 98, cifra equivalente a 4,3% do PIB (Produto Interno Bruto).



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