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COMÉRCIO EXTERIOR
Previsão do governo era que rombo não passaria de US$ 4 bi
Balança fecha 1998 com déficit de US$ 6,4 bilhões
DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília
A balança comercial de 1998 fechou com déficit de cerca de US$
6,4 bilhões e frustrou todas as expectativas do governo para a área
de comércio exterior. A previsão
mantida até meados do ano era de
resultado negativo de cerca de US$
4 bilhões -a metade do valor registrado em 1997.
A Folha apurou que as exportações somaram US$ 51,2 bilhões no
ano passado, o que representa
queda de cerca de 3% em relação à
cifra verificada em 97. A previsão
oficial no início de 98 era de crescimento superior a 10% nos embarques.
As importações chegaram a US$
57,6 bilhões, o que equivale a queda de 6% na mesma comparação.
O recuo cumpriu as expectativas
iniciais do governo. Entretanto, a
queda nos desembarques foi acentuada pelo cenário recessivo, que
também afetou os setores produtivos nacionais.
A Folha apurou que a redução da
demanda mundial por produtos
estrangeiros é apontada pela equipe econômica como a principal
causa da diminuição dos embarques, principalmente ao longo do
segundo semestre de 98.
Depois desse item, o que mais
pesou foi a dificuldade de obtenção de financiamento pelo setor
exportador, também acirrada depois da crise na Rússia.
Os números apontam ainda que,
em dezembro, o déficit comercial
foi de cerca de US$ 600 milhões. A
cifra verificada em dezembro de 97
foi de US$ 709 milhões. As exportações somaram aproximadamente US$ 4 bilhões no ano passado, e
as importações, US$ 4,6 bilhões.
Isso significa queda de 12% nos
dois itens.
O resultado desfavorável da balança comercial de 98 foi uma das
causas essenciais do déficit em
transações correntes, o principal
indicador da dependência do país
em relação ao capital estrangeiro.
A previsão oficial é que o déficit
em transações correntes deva alcançar US$ 33,6 bilhões em 98, cifra equivalente a 4,3% do PIB (Produto Interno Bruto).
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