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ARRENDAMENTO
Negócios até outubro de 2005 foram 28% maiores que todo o volume de 2004; automóveis são quase 70% do total
Leasing volta a crescer e movimenta R$ 16 bi
FABRICIO VIEIRA
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de leasing viu suas
operações darem um salto no ano
passado. Ainda antes de 2005 chegar a seu fim, as empresas de leasing já comemoravam níveis recordes de operações.
Levantamento do Banco Central mostra que em 2005, até outubro, o volume de novos negócios
de leasing chegava a R$ 16,22 bilhões. Em todo 2004, essa cifra ficou em R$ 12,63 bilhões. Até outubro, o volume no ano já superava o total de 2004 em 28%. Em
2002, o total alcançara apenas
R$ 4,63 bilhões.
O BC utilizou informações da
Abel (Associação Brasileira das
Empresas de Leasing) para fazer
as estimativas sobre o setor.
O bem com maior participação
dentro dos financiamentos via
leasing foi o automóvel, que em
novembro do ano passado, último dado da Abel, representava
68% do total. Outro segmento importante é o de máquinas e equipamentos, que abocanha algo em
torno de 24% desse mercado.
O leasing -ou arrendamento
mercantil- é uma operação realizada mediante contrato em que
um cliente adquire determinado
bem de fornecedor por prazo determinado. No fim do contrato
(24 ou 36 meses) o cliente (pessoa
física ou jurídica) pode optar por
adquirir o bem.
Um exemplo: uma pessoa adquire um carro via leasing por 24
meses. Encerrado o período, ela
pode ficar com o veículo. Enquanto durar o contrato, a pessoa
paga uma parcela mensal (mais
taxa de juros), como se estivesse
quitando uma parte do valor total
do bem.
"Com o atual cenário econômico, de maior estabilidade, o mercado de leasing tende a crescer
ainda mais em 2006", afirma Edson Carminatti, analista financeiro do Inepad (Instituto de Ensino
e Pesquisa em Administração).
O crescimento desse tipo de financiamento para automóveis se
recupera há cerca de dois anos,
mas a grande explosão ocorreu
mesmo em 2005. Em 2004, a frota
de veículos arrendados somava
462,1 mil. No ano passado, até setembro, eram 806,7 mil.
A alta reflete o espaço que o leasing vem tomando dentro das
instituições que praticam financiamento de automóveis. Na rede
de concessionárias Chevrolet, essa operação representa 17% do total de financiamento de veículos,
percentual que não passava de 5%
no ano retrasado. Apesar da elevação da participação do leasing,
o grosso do financiamento ainda
é feito via crédito tradicional.
A taxa de juros praticada no leasing e no CDC (Crédito Direto ao
Consumidor) não são muito diferentes. Os prazos também são parecidos. A vantagem, no caso do
leasing, segundo as instituições, é
a não-incidência de IOF (Imposto
sobre Operações Financeiras), o
que reduz o valor das parcelas.
No caso de um veículo vendido
por um valor de mercado de
R$ 22.990, parcelado em 36 meses
com 20% de entrada, a economia
em relação ao CDC pode chegar a
cerca de R$ 330. Entretanto, o automóvel fica no nome da instituição até o débito total ser quitado.
Familiaridade
"A procura por leasing não é
maior porque o vendedor acaba
oferecendo o produto com o qual
tem mais familiaridade. Além disso, alguns consumidores questionam o fato de o veículo não ficar
no nome deles", afirma Gunnar
Murillo, diretor comercial do
banco GMAC, da montadora General Motors, que cobra uma taxa
de juros de 1,67% ao mês.
Segundo Murillo, tanto o mercado quanto o consumidor começaram a superar o trauma causado pela desvalorização do real, em
99, quando
contratos de leasing -muitos na
época atrelados ao dólar- foram
questionados e houve um salto na
inadimplência.
"Passados alguns anos, o mercado percebeu que o leasing podia ser uma alternativa de financiamento, não mais em dólar,
mas por meio de contratos com
taxas prefixadas."
De acordo com Murillo, as taxas
cobradas do leasing não são menores, apesar de o bem ficar no
nome da instituição, porque mesmo assim não é fácil retomar o
carro em caso de inadimplência.
"E se o dono não paga IPVA, por
exemplo, é a instituição que tem
que pagar", diz.
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