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Previdência eleva impostos, diz Levy
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
Entre os desafios que o país enfrentará daqui para a frente, o secretário do Tesouro Nacional,
Joaquim Levy, destacou o gasto
previdenciário como percentagem do PIB, taxa que vem crescendo "ano após ano". Segundo
Levy, essa despesa é a maior conta
do governo - quase R$ 150 bilhões-, a principal responsável
pela carga tributária elevada e, em
parte, pelos juros altos do país.
"A carga tributária tem uma origem aí. E se pode dizer que também a carga de juros tem uma origem forte aí", afirmou Levy em
palestra, após apresentar um gráfico com as despesas do governo.
"Quando se fala em despesa corrente, em gasto do governo, a gente tem que pensar em grandes
gastos, não adianta só diminuir
clipes e apagar a luz...", disse.
Para ressaltar a magnitude e a
evolução do gasto previdenciário
brasileiro, Levy mostrou outras
despesas do governo, como os
gastos com pessoal, estabilizados
na proporção com o PIB.
Levy tratou do assunto após
apresentar diversos indicadores
macroeconômicos favoráveis, como a redução da relação entre dívida pública brasileira e PIB. Disse
que a taxa, atualmente em 51,6%,
pode cair para 40% do PIB sem
que o governo faça grandes desvios de política. Apesar de citar indicadores positivos, como esse, e
afirmar que já há ganhos importantes alcançados, Levy disse que
há desafios que "vão além da vontade do governo", como os gastos
previdenciários.
Para ele, essa conta é uma
"questão da sociedade", que deve
decidir inclusive se deseja uma
nova reforma previdenciária. Ele
afirmou que o Brasil está maduro
para discutir e avaliar o problema,
traduzido pela seguinte pergunta:
"Se você contribui 30 anos com
uma fração do seu salário, você
pode viver outros 30 anos com
seu salário cheio?"
Grau de investimento
O próximo governo, segundo
Levy, terá as condições para que o
Brasil alcance o chamado "investment grade" ou grau de investimento, uma espécie de nota auferida por agências internacionais
de risco a investimentos considerados seguros. O fato, afirmou,
baixará custos de financiamento
das empresas, elevará o acesso ao
capital e facilitará o investimento.
"Estamos avançando muito rapidamente e ao longo do próximo
governo a gente tem tudo para
conseguir isso."
Sobre a possibilidade de isenção
de impostos para investimentos
estrangeiros em títulos públicos,
Levy disse que o "governo está
sensível" à questão, mas que ainda não há uma análise definitiva.
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