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PREÇOS
Óleo usado nas usinas termelétricas daquela região subiram até 65%
Aneel apura alta da energia no Norte
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) investiga aumentos no preço do óleo usado
por usinas termelétricas na região
Norte e poderá encaminhar o assunto ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e
à SDE (Secretaria de Direito Econômico), para identificação de
possíveis práticas abusivas de poder econômico.
Os reajustes nesses combustíveis -alguns de mais de 65%-
foram o principal motivo para a
agência reguladora autorizar o
aumento do subsídio às termelétricas para 2006. Como o subsídio
é rateado por todos os consumidores do país, os aumentos de tarifa serão maiores este ano.
Na semana passada, a Aneel
anunciou reajuste de 25% no valor do subsídio à geração termelétrica com óleo combustível e diesel. No total, os consumidores pagarão, por meio de reajustes mais
altos na tarifa, um total de fixado
em R$ 4,525 bilhões em 2006.
O custo do subsídio -chamado
de CCC (Conta Consumo de
Combustíveis)- é rateado por
todos os consumidores de energia
e, em estimativa feita pela Aneel
em distribuidoras do interior de
São Paulo, Paraná e Paraíba, o impacto extra na tarifa ficará em 1,43
ponto percentual, em média.
Os técnicos da agência reguladora de energia elétrica estranharam principalmente os reajustes
no preço do óleo combustível
vendido pela estatal BR Distribudora (Petrobras Distribuidora).
Entre setembro de 2004 e outubro
do ano passado houve variação de
65,6% no custo de aquisição desse
combustível pelas usinas da Manaus Energia (subsidiária da Eletrobrás), que compra da BR Distribuidora e fornece energia para
a capital do Amazonas.
No mesmo período, para o mesmo combustível, houve variação
bem menor, de 24,4%, para o óleo
combustível fornecido pela Texaco para o produtor independente
de energia Jari Energética (do
grupo privado Jari, que produz
celulose), no Pará.
A mesma discrepância de preços acontece com o fornecimento
de óleo diesel, novamente pela BR
Distribuidora, para as usinas da
Eletronorte que abastecem Boa
Vista (RR), Macapá (AP), Porto
Velho (RO) e Rio Branco (AC).
Para essas usinas, houve aumento
de 36% no preço do diesel. O mesmo aconteceu com o produtor independente de energia CGE (Ceará Geração de Energia), que também compra óleo diesel da BR
Distribuidora para abastecer Manaus (AM). Nesse caso, houve aumento de 35,2% no preço do óleo
diesel. Já o diesel fornecido pela
Texaco para o produtor independente Jari Energética teve variação bem menor, de 26,6%.
O sistema isolado é composto
pelos Estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Amapá
e partes do Pará. Ele é chamado de
isolado porque não está interligado ao resto do país.
Outro lado
A BR Distribuidora, questionada sobre os aumentos, enviou nota para a Folha. No texto, informa
que "está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos
que sejam solicitados pelo órgão
regulador ou pelos órgãos de defesa da concorrência". A estatal
diz ainda que "tem como princípios a ética e a transparência na
relação com seus clientes e com a
sociedade, rejeita qualquer tipo
de prática lesiva ao consumidor
ou ao mercado em geral".
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