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CONJUNTURA
Resultados foram positivos, mas crescimento foi menor que o de 2004; setor critica juro alto e dólar barato
CNI diz que a indústria patinou em 2005
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A indústria fechou o ano de
2005 com resultados positivos,
embora o crescimento tenha ficado abaixo do desempenho de
2004. O setor reclama que a expansão não foi tão forte quanto se
esperava devido às elevadas taxas
de juros e à queda do dólar ocorrida no ano passado.
Pesquisa feita pela CNI (Confederação Nacional da Indústria)
com 3.000 empresas em 12 Estados mostra que, entre 2004 e 2005,
o faturamento do setor aumentou
em 2,03%, já descontada a inflação do período. Entre 2003 e 2004,
o crescimento havia sido de
15,11%.
"Os indicadores são positivos,
mas ficaram abaixo do que se esperava no começo do ano [de
2005", diz Flávio Castelo Branco,
coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI. Segundo
a pesquisa, o faturamento da indústria caiu nos quatro dos últimos cinco trimestres.
O nível de utilização da capacidade instalada também recuou:
em dezembro de 2005, essa taxa
ficou em 79,8%, contra 81,6% registrados um ano antes.
Esse é um indicador acompanhado de perto pelo Banco Central, que costuma mostrar preocupação quando a indústria começa a operar perto de seus limites máximos de produção. Em tese, quando as empresas não conseguem produzir o suficiente para
atender toda a procura existente
no mercado, o resultado é um aumento da inflação.
Juros
A taxa Selic chegou a 19,25% ao
ano em meados de 2005, mas tem
sido reduzida -está hoje em
17,25%. "É alentador saber que a
trajetória é de queda, mas o patamar ainda é muito elevado", afirma Castelo Branco.
De forma geral, diz ele, os indicadores industriais foram positivos em 2005 devido ao bom desempenho do começo do ano
passado, quando o processo de
elevação da taxa de juros conduzido pelo BC ainda estava no começo e não havia afetado o setor
por completo.
Mesmo com essa ressalva, índices, especialmente os relacionados ao mercado de trabalho, tiveram forte alta. O nível de emprego
no setor, por exemplo, cresceu
4,2% entre 2004 e 2005, o maior
aumento registrado desde 1992,
quando teve início a série de levantamentos da CNI.
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