São Paulo, terça-feira, 07 de fevereiro de 2006

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CONJUNTURA

Resultados foram positivos, mas crescimento foi menor que o de 2004; setor critica juro alto e dólar barato

CNI diz que a indústria patinou em 2005

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A indústria fechou o ano de 2005 com resultados positivos, embora o crescimento tenha ficado abaixo do desempenho de 2004. O setor reclama que a expansão não foi tão forte quanto se esperava devido às elevadas taxas de juros e à queda do dólar ocorrida no ano passado.
Pesquisa feita pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com 3.000 empresas em 12 Estados mostra que, entre 2004 e 2005, o faturamento do setor aumentou em 2,03%, já descontada a inflação do período. Entre 2003 e 2004, o crescimento havia sido de 15,11%.
"Os indicadores são positivos, mas ficaram abaixo do que se esperava no começo do ano [de 2005", diz Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI. Segundo a pesquisa, o faturamento da indústria caiu nos quatro dos últimos cinco trimestres.
O nível de utilização da capacidade instalada também recuou: em dezembro de 2005, essa taxa ficou em 79,8%, contra 81,6% registrados um ano antes.
Esse é um indicador acompanhado de perto pelo Banco Central, que costuma mostrar preocupação quando a indústria começa a operar perto de seus limites máximos de produção. Em tese, quando as empresas não conseguem produzir o suficiente para atender toda a procura existente no mercado, o resultado é um aumento da inflação.

Juros
A taxa Selic chegou a 19,25% ao ano em meados de 2005, mas tem sido reduzida -está hoje em 17,25%. "É alentador saber que a trajetória é de queda, mas o patamar ainda é muito elevado", afirma Castelo Branco.
De forma geral, diz ele, os indicadores industriais foram positivos em 2005 devido ao bom desempenho do começo do ano passado, quando o processo de elevação da taxa de juros conduzido pelo BC ainda estava no começo e não havia afetado o setor por completo.
Mesmo com essa ressalva, índices, especialmente os relacionados ao mercado de trabalho, tiveram forte alta. O nível de emprego no setor, por exemplo, cresceu 4,2% entre 2004 e 2005, o maior aumento registrado desde 1992, quando teve início a série de levantamentos da CNI.


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