São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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País zera taxa para trigo de fora do Mercosul

Brasil autoriza importação de até 1 milhão de toneladas do produto para impedir falta do cereal no mercado interno

Medida é também reação à posição da Argentina de impedir exportação de trigo para forçar alta nos preços no mercado internacional

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo autorizou ontem a importação de 1 milhão de toneladas de trigo com tarifa zero de países de fora do Mercosul, para evitar falta do cereal no mercado interno. A medida também representa uma reação à política argentina de impedir a exportação para forçar alta dos preços internacionais.
A Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) havia pedido 4 milhões de toneladas. Ontem, a associação elogiou a decisão do governo, mas apontou que haverá aumento de preço do trigo, farinha, pão, massas e outros produtos no país neste ano.
A autorização da cota de importação de outros países, antecipada pela Folha, foi debatida pela Camex (Câmara de Comércio Exterior) na semana passada. Mas no exato momento em que os ministros brasileiros debatiam, a Argentina anunciou a liberação de uma cota de 2 milhões de toneladas de trigo para o Brasil.
Os ministros brasileiros (Desenvolvimento, Casa Civil, Itamaraty, Fazenda, Agricultura, Planejamento e Desenvolvimento Agrário) decidiram esperar pelo comunicado oficial do governo argentino.
A decisão, publicada no boletim oficial do país vizinho, não indicava a cota para o Brasil que fora anunciada no dia anterior. No papel, Buenos Aires reabria as exportações, mas dizia que isso podia ser suspenso a qualquer momento.
Segundo Luiz Martins, presidente do Conselho Deliberativo da Abitrigo, o trigo no Brasil ficará mais caro neste ano, mas ainda não é possível estimar em quanto. Ele citou o adicional de 25% do preço da carga que é cobrado como frete pela marinha mercante. "Dos males, o menor. Pelo menos teremos trigo. Ainda vamos precisar de 3 milhões de toneladas. Se não houver cota de importação o preço ficará pelo menos 16% maior para o consumidor."

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