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Yahoo! diz que estuda alternativas à Microsoft
Para analistas, entretanto, restam poucas saídas à vista
CHRIS NUTTALL
RICHARD WATERS
DO FINANCIAL TIMES
Jerry Yang, presidente-executivo do Yahoo!, tentou ontem
melhorar o cadente ânimo dos
funcionários da empresa dizendo-lhes, em e-mail, que várias alternativas à oferta de
compra feita pela Microsoft estão sendo estudadas. Foi dessa
forma que Yang quebrou quatro dias de silêncio após a proposta hostil de US$ 44,6 bilhões colocada pela Microsoft.
"Nenhuma decisão a respeito
da oferta foi tomada", afirmou.
"A diretoria está avaliando com
cuidado uma vasta gama de potenciais opções estratégicas em
um panorama que é complexo e
ainda está em desenvolvimento."
Yang não forneceu detalhes
sobre quais seriam as outras
possibilidades para o Yahoo!,
porém a lista de saídas está encolhendo a cada dia, já que não
houve nenhum contato por
parte da gigante News Corporation, do magnata Rupert
Murdoch, e da rede de televisão
NBC, as quais poderiam eventualmente acenar com uma
parceria. A Comcast Corporation -maior empresa de TV a
cabo dos EUA- e a telefônica
AT&T também não parecem
estar interessadas.
O e-mail do executivo veio
em um momento em que crescem as vozes dentro da empresa reclamando de baixo moral,
falta de liderança e de uma possível estagnação no desenvolvimento de produtos na companhia, cuja sede se localiza no
Vale do Silício, na Califórnia.
Os sentimentos dos empregados foram amplificados por
Barry Diller, presidente da rival
InterActive Corporation. Ele
falou a analistas em uma teleconferência, ontem, sobre os
seus resultados no último trimestre. "Não acho que muitas
pessoas no Yahoo! estejam se
concentrando bastante em inovação neste momento. Creio
que o mesmo ocorre com a Microsoft", comentou. Diller
acrescentou que a ferramenta
de busca da sua empresa, chamada Ask, deve se beneficiar de
tal distração da Microsoft e do
Yahoo!.
Na sua mensagem, o CEO
Yang mencionou um novo produto que foi lançado pela Zimbra, subsidiária do Yahoo! para
programas de e-mail, e comunicados a serem feitos durante
o congresso Mobile World, que
acontece na próxima semana
em Barcelona, na Espanha, como evidências de que a empresa está mantendo o seu ritmo.
Ele ressaltou que a diretoria
irá "ter o tempo que for necessário para fazê-lo [o estudo da
situação] corretamente". "Contratamos consultores de renome para auxiliar no processo",
frisou ainda.
O Yahoo! está sendo aconselhado pelos bancos de investimento Goldman Sachs e Lehman Brothers e pelo escritório
de advocacia Skadden Arps. A
firma de relações públicas
Abernathy McGregor encarrega-se das comunicações ao público e do trato com a imprensa.
No entanto a demora do Yahoo! em responder diretamente à proposta feita pela Microsoft na última sexta-feira sugere que a companhia tem poucas
alternativas realistas, na opinião de especialistas nesse
mercado.
Mark Mahaney, analista do
segmento de internet do Citigroup, desenhou, em relatório,
cinco cenários possíveis para o
Yahoo!. Ele explicou que o mais
provável é que o Yahoo! acabe
rejeitando o lance da Microsoft, porém aceite, posteriormente, uma oferta mais alta,
apesar de haver também uma
grande chance de que a proposta existente seja agarrada. O segundo cenário mais provável,
na avaliação de Mahaney, seria
o Yahoo! fazer uma terceirização da sua ferramenta de buscas com o Google para melhorar o seu faturamento.
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