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Analistas apontam entraves para crescimento da geração
DA FOLHA RIBEIRÃO
A previsão da Unica de que os
atuais 1.500 MW que serão produzidos na próxima safra possam quadruplicar em cinco ou
seis anos é contestada por alguns especialistas ouvidos pela
Folha. Para eles, há alguns entraves ao crescimento da produção de energia elétrica.
"Quadruplicar a produção é
no mínimo uma visão otimista", disse Goret Pereira Paulo,
coordenadora de energia da
FGV (Fundação Getulio Vargas) e docente do curso de Gestão de Negócios em Energia.
Para a especialista, apesar do
crescimento de fontes alternativas à hidrelétrica, elas não resolvem o desafio do suprimento de energia pelo qual o país
vai passar nos próximos anos.
"Considerando um crescimento do PIB de 5% ao ano,
nós precisaríamos acrescentar
cerca de 4.500 MW por ano."
Consultores de usinas também apontam dificuldades para que o setor multiplique sua
produção no ritmo estimado.
Um deles é o tempo. Um projeto de geração de energia demora ao menos dois anos para
ser implantado, caso não haja
problemas, segundo Gustavo
Corrêa, sócio da FG Agro, consultoria que atende a cinco grupos de usinas no interior de São
Paulo. "Se, por hipótese, pensarmos que 80 caldeiras possam ser instaladas em um ano e
gerarem um excedente de 20
MW, o que é alto, serão novos
1.600 MW, abaixo ainda das
previsões", disse.
Além do tempo, o custo alto
de investimento é considerado
um empecilho à expansão da
produção de energia, para Corrêa, porque "muitos usineiros
ainda preferem investir no aumento de açúcar e álcool".
Outro fator apontado pelo vice-presidente da Cogen (Associação Paulista de Cogeração de
Energia), Carlos Roberto Silvestrin, é a falta de linhas de
transmissão de energia, principalmente nas novas usinas instaladas em Goiás e Mato Grosso do Sul, longe dos maiores
centros consumidores. (JC)
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