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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Indústria química voltará a se aquecer, diz consultoria
Situação parecida com a vivida pela indústria automotiva,
que pode retomar a produção
depois de pisar forte no freio,
ocorreu com a área química.
Segundo Otávio Carvalho, diretor da consultoria Maxiquim,
especializada no setor químico
e petroquímico, os clientes das
indústrias químicas começaram o ano sem estoque e a tendência é que a atividade seja retomada nos próximos meses.
"O nível mais baixo da atividade industrial já foi atingido
na virada do ano", diz Carvalho.
Isso porque, diz ele, as empresas brasileiras pararam de
comprar produtos químicos
quando viram os preços internacionais despencarem até
70% com a crise. "Isso gerou a
expectativa de que os preços
cairiam internamente também", diz ele. "As empresas
passaram, consequentemente,
a reduzir a produção e consumir seus estoques."
A expectativa senão da retomada, mas da parada nas demissões, repete-se nos 33 sindicatos filiados à Fequimfar
(Federação dos Trabalhadores
nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São
Paulo). Segundo Sérgio Luiz
Leite, secretário-geral da Fequimfar, os cortes de vagas e as
homologações continuaram
acontecendo de forma expressiva em janeiro. No entanto, a
expectativa é que a onda de demissões esteja perto do fim e,
em março, o saldo de vagas passe a ser zero.
Enquanto os cortes não param, a prioridade da entidade é
tentar manter os empregos. De
acordo com Leite, apenas na
primeira semana de fevereiro,
30 empresas procuraram o sindicato da categoria em Guarulhos para negociar soluções
com os trabalhadores. A orientação da federação tem sido, diz
Leite, priorizar acordos que incluam suspensões temporárias,
reduções na jornada de trabalho e sem redução nos salários.
"Às vezes as empresas querem fazer tudo isso sem se
comprometer a manter os empregos", afirma Leite.
A indústria química tem sido
uma das mais punidas pela crise econômica. Dados do IBGE
apontam para uma queda de
20,1% na produção de plásticos
em dezembro e de 9% na de
produtos químicos em geral.
Essa retração provocou um
saldo nacional negativo de
12.728 empregos na indústria
química, farmacêutica e do
plástico em dezembro. Apenas
no Estado de São Paulo, 4.943
vagas foram fechadas.
Leite ressalta que nem todos
os segmentos estão sofrendo da
mesma forma. Dentre os postos desligados em São Paulo,
3.644 estão na indústria plástica, muito afetada pela queda na
produção de veículos.
Um segmentos que mantém
dados positivos é o farmacêutico, que registrou aumento de
12,1% na produção em dezembro, segundo o IBGE. Com base
nesse dado e no saldo anual de
2.477 novos postos de trabalho,
a federação pede um reajuste
de 7% mais a inflação na campanha salarial para os farmacêuticos, categoria com data-base em abril.
MULTIDÃO
A usina de Itaipu Binacional bateu a marca de
15 milhões de turistas na
última quarta-feira. A visitação à hidrelétrica começou em 1977, durante
as obras de construção.
Já vieram, pelas margens
brasileira e paraguaia, visitantes de 188 países e
territórios. Brasileiros,
argentinos, paraguaios,
alemães e uruguaios são,
nessa ordem, os mais assíduos de Itaipu. No ano
passado, foram 431.746
visitantes. Do total de turistas, mais de 11,3 milhões, ou 75% deles, ingressaram pela margem
brasileira da usina e 3,7
milhões pela paraguaia.
Os estrangeiros representam 54% da soma histórica de visitantes -ao
todo foram 8,2 milhões
de pessoas vindas de outros países.
ÀS COMPRAS
Eduardo Bom Angelo, presidente da corretora de seguros Lazam-MDS, joint venture dos grupos Suzano e Sonae, que acaba de concluir a aquisição da corretora carioca Miral; a operação vai auxiliar a empresa em sua expansão no mercado de resseguros; seu volume de prêmios será da ordem de R$ 600 milhões; "a Miral tem expertise em resseguros, o que é importante no atual momento de recente abertura deste mercado", diz
Queda na verba das agências foi pequena
Apesar de estarem preocupados com a crise, empresários do setor de propaganda
ainda não sentiram uma forte retração na receita das
agências. É o que indica levantamento feito pela Fenapro (Federação Nacional das
Agências de Propaganda)
junto aos Sinapros (Sindicatos das Agências de Propaganda), de vários Estados.
"No geral, ainda não se
constata uma situação grave
de perda de receita, mas há
preocupação de que isso possa ocorrer mais fortemente
se a retração se prolongar",
diz Ricardo Nabhan, presidente da Fenapro.
De modo geral, as agências
esperam queda de receita no
primeiro trimestre. No entanto, algumas regiões têm
perspectivas mais negativas.
É o caso das agências do Pará, do Espírito Santo e do Paraná, que já perceberam a retração dos anunciantes de
setores como agronegócio e
mineração.
No Espírito Santo, Aracruz, Samarco, Vale, CST/
ArcelorMittal, Belco, entre
outras, reduziram sua presença na mídia, segundo Takashi Sugui, presidente do
Sinapro-ES.
Em outros Estados, como
Brasília, Minas Gerais, Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul,
a expectativa é de manutenção no volume de investimentos.
Em São Paulo, as agências
fizeram cortes preventivos
para se manterem saudáveis,
de acordo com Saint'Clair
Vasconcelos, presidente do
Sinapro-SP.
GRAMADO
O São Paulo F.C. firmou
convênio com a ABIH (associação de hotéis) para incentivar turistas a conhecer o
estádio. Os visitantes poderão comprar pacotes para
assistir aos jogos no Unyco,
novo camarote do Morumbi.
DE PAPEL
A Klabin desenvolveu um
novo saco de papel para farinha de trigo. Com capacidade para 25 kg, a embalagem
elimina perdas e reduz custos com mão-de-obra. O
Moinho Paulista vai implantar a solução em sua linha.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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