São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Indústria química voltará a se aquecer, diz consultoria

Situação parecida com a vivida pela indústria automotiva, que pode retomar a produção depois de pisar forte no freio, ocorreu com a área química. Segundo Otávio Carvalho, diretor da consultoria Maxiquim, especializada no setor químico e petroquímico, os clientes das indústrias químicas começaram o ano sem estoque e a tendência é que a atividade seja retomada nos próximos meses.
"O nível mais baixo da atividade industrial já foi atingido na virada do ano", diz Carvalho.
Isso porque, diz ele, as empresas brasileiras pararam de comprar produtos químicos quando viram os preços internacionais despencarem até 70% com a crise. "Isso gerou a expectativa de que os preços cairiam internamente também", diz ele. "As empresas passaram, consequentemente, a reduzir a produção e consumir seus estoques."
A expectativa senão da retomada, mas da parada nas demissões, repete-se nos 33 sindicatos filiados à Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo). Segundo Sérgio Luiz Leite, secretário-geral da Fequimfar, os cortes de vagas e as homologações continuaram acontecendo de forma expressiva em janeiro. No entanto, a expectativa é que a onda de demissões esteja perto do fim e, em março, o saldo de vagas passe a ser zero.
Enquanto os cortes não param, a prioridade da entidade é tentar manter os empregos. De acordo com Leite, apenas na primeira semana de fevereiro, 30 empresas procuraram o sindicato da categoria em Guarulhos para negociar soluções com os trabalhadores. A orientação da federação tem sido, diz Leite, priorizar acordos que incluam suspensões temporárias, reduções na jornada de trabalho e sem redução nos salários.
"Às vezes as empresas querem fazer tudo isso sem se comprometer a manter os empregos", afirma Leite.
A indústria química tem sido uma das mais punidas pela crise econômica. Dados do IBGE apontam para uma queda de 20,1% na produção de plásticos em dezembro e de 9% na de produtos químicos em geral.
Essa retração provocou um saldo nacional negativo de 12.728 empregos na indústria química, farmacêutica e do plástico em dezembro. Apenas no Estado de São Paulo, 4.943 vagas foram fechadas.
Leite ressalta que nem todos os segmentos estão sofrendo da mesma forma. Dentre os postos desligados em São Paulo, 3.644 estão na indústria plástica, muito afetada pela queda na produção de veículos.
Um segmentos que mantém dados positivos é o farmacêutico, que registrou aumento de 12,1% na produção em dezembro, segundo o IBGE. Com base nesse dado e no saldo anual de 2.477 novos postos de trabalho, a federação pede um reajuste de 7% mais a inflação na campanha salarial para os farmacêuticos, categoria com data-base em abril.

MULTIDÃO

A usina de Itaipu Binacional bateu a marca de 15 milhões de turistas na última quarta-feira. A visitação à hidrelétrica começou em 1977, durante as obras de construção. Já vieram, pelas margens brasileira e paraguaia, visitantes de 188 países e territórios. Brasileiros, argentinos, paraguaios, alemães e uruguaios são, nessa ordem, os mais assíduos de Itaipu. No ano passado, foram 431.746 visitantes. Do total de turistas, mais de 11,3 milhões, ou 75% deles, ingressaram pela margem brasileira da usina e 3,7 milhões pela paraguaia. Os estrangeiros representam 54% da soma histórica de visitantes -ao todo foram 8,2 milhões de pessoas vindas de outros países.

ÀS COMPRAS
Eduardo Bom Angelo, presidente da corretora de seguros Lazam-MDS, joint venture dos grupos Suzano e Sonae, que acaba de concluir a aquisição da corretora carioca Miral; a operação vai auxiliar a empresa em sua expansão no mercado de resseguros; seu volume de prêmios será da ordem de R$ 600 milhões; "a Miral tem expertise em resseguros, o que é importante no atual momento de recente abertura deste mercado", diz

Queda na verba das agências foi pequena

Apesar de estarem preocupados com a crise, empresários do setor de propaganda ainda não sentiram uma forte retração na receita das agências. É o que indica levantamento feito pela Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda) junto aos Sinapros (Sindicatos das Agências de Propaganda), de vários Estados.
"No geral, ainda não se constata uma situação grave de perda de receita, mas há preocupação de que isso possa ocorrer mais fortemente se a retração se prolongar", diz Ricardo Nabhan, presidente da Fenapro.
De modo geral, as agências esperam queda de receita no primeiro trimestre. No entanto, algumas regiões têm perspectivas mais negativas. É o caso das agências do Pará, do Espírito Santo e do Paraná, que já perceberam a retração dos anunciantes de setores como agronegócio e mineração.
No Espírito Santo, Aracruz, Samarco, Vale, CST/ ArcelorMittal, Belco, entre outras, reduziram sua presença na mídia, segundo Takashi Sugui, presidente do Sinapro-ES.
Em outros Estados, como Brasília, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a expectativa é de manutenção no volume de investimentos.
Em São Paulo, as agências fizeram cortes preventivos para se manterem saudáveis, de acordo com Saint'Clair Vasconcelos, presidente do Sinapro-SP.

GRAMADO
O São Paulo F.C. firmou convênio com a ABIH (associação de hotéis) para incentivar turistas a conhecer o estádio. Os visitantes poderão comprar pacotes para assistir aos jogos no Unyco, novo camarote do Morumbi.

DE PAPEL
A Klabin desenvolveu um novo saco de papel para farinha de trigo. Com capacidade para 25 kg, a embalagem elimina perdas e reduz custos com mão-de-obra. O Moinho Paulista vai implantar a solução em sua linha.

com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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