|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
No Brasil, real tende a cair com incerteza global
DA REPORTAGEM LOCAL
Moeda que tem seguido a variação do preço das commodities, o real tende a se depreciar
enquanto persistirem as incertezas na economia global e os
investidores retirarem recursos de países emergentes para
se refugiarem no dólar e em títulos do governo americano.
O movimento é inverso ao
que prevaleceu até bem pouco
tempo atrás, quando os investidores compravam ativos reais
-ações, petróleo, metais etc.-
para se proteger da depreciação
do dólar americano.
Apesar da tensão nos últimos
dias, o Banco Central tem deixado o dólar se apreciar no Brasil e continua inclusive comprando a moeda americana para elevar as reservas internacionais, hoje em US$ 240 bilhões. No mercado de câmbio, a
expectativa é que a moeda americana siga para até R$ 2 se esse
quadro pessimista se agravar
ou seguir indefinidamente. Se o
pessimismo diminuir, há espaço para o dólar a R$ 1,80.
O real tende também a cair
por conta do deficit das contas
externas, cujo financiamento
ficará mais difícil com o agravamento da crise nos países ricos.
No Brasil, o deficit externo vai
saltar de US$ 45 bilhões para
US$ 75 bilhões em 2010, segundo o Santander, que vê o dólar a
R$ 1,95 no final de 2010.
"A retomada da atividade demanda mais importações e gera
remessa de lucros e dividendos,
que prejudica as contas externas", disse Cristiano Souza,
economista do Santander.
Para Sidnei Nehme, diretor
da corretora NGO, não há razões para o dólar saltar a R$ 2.
Nehme vê os investidores estrangeiros se reposicionando
para um período mais difícil
para as aplicações no país. "A
não ser que aconteça algo grave, o dólar deve voltar para
R$ 1,85."
(TONI SCIARRETTA)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Entrevista - Luiz Carlos Mendonça de Barros: Banco Central vai ter de mudar de lado no câmbio Índice
|