São Paulo, domingo, 07 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

No Brasil, real tende a cair com incerteza global

DA REPORTAGEM LOCAL

Moeda que tem seguido a variação do preço das commodities, o real tende a se depreciar enquanto persistirem as incertezas na economia global e os investidores retirarem recursos de países emergentes para se refugiarem no dólar e em títulos do governo americano.
O movimento é inverso ao que prevaleceu até bem pouco tempo atrás, quando os investidores compravam ativos reais -ações, petróleo, metais etc.- para se proteger da depreciação do dólar americano.
Apesar da tensão nos últimos dias, o Banco Central tem deixado o dólar se apreciar no Brasil e continua inclusive comprando a moeda americana para elevar as reservas internacionais, hoje em US$ 240 bilhões. No mercado de câmbio, a expectativa é que a moeda americana siga para até R$ 2 se esse quadro pessimista se agravar ou seguir indefinidamente. Se o pessimismo diminuir, há espaço para o dólar a R$ 1,80.
O real tende também a cair por conta do deficit das contas externas, cujo financiamento ficará mais difícil com o agravamento da crise nos países ricos. No Brasil, o deficit externo vai saltar de US$ 45 bilhões para US$ 75 bilhões em 2010, segundo o Santander, que vê o dólar a R$ 1,95 no final de 2010.
"A retomada da atividade demanda mais importações e gera remessa de lucros e dividendos, que prejudica as contas externas", disse Cristiano Souza, economista do Santander.
Para Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO, não há razões para o dólar saltar a R$ 2. Nehme vê os investidores estrangeiros se reposicionando para um período mais difícil para as aplicações no país. "A não ser que aconteça algo grave, o dólar deve voltar para R$ 1,85."
(TONI SCIARRETTA)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Entrevista - Luiz Carlos Mendonça de Barros: Banco Central vai ter de mudar de lado no câmbio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.