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DIVERSÕES
Playcenter corta gastos e "aposenta" brinquedos
SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE
O Playcenter, maior parque de
diversões da capital paulista, passa por um processo de reestruturação para espantar a crise.
O parque está demitindo diretores, vai aposentar brinquedos e
antecipou de agosto para este mês
sua promoção mais rentável -o
evento "Noites do Terror".
Com as chuvas desde janeiro, os
visitantes sumiram, prejudicando
o caixa do parque, que ainda enfrenta a concorrência das atrações
dos shoppings.
O parque pode devolver um
imóvel equivalente a 12% de sua
área para evitar ação de despejo.
Criado há 30 anos e um dos símbolos de São Paulo, o parque tenta
manter em sigilo seu plano de
reestruturação, tocado desde o
fracasso de sua venda para o grupo Mágico, dos mexicanos da
CIE, a maior empresa do setor de
entretenimento da América Latina e dona de casas de shows como
Credicard Hall em São Paulo.
"Todos os parques estão em dificuldades. Não vamos fechar. Já
sobrevivemos às piores tempestades", disse à Folha Online o presidente e fundador do Playcenter,
Marcelo Gutglas.
"Farei qualquer coisa para reduzir os custos e otimizar o parque.
Mas não há nada concreto para
anunciar neste momento."
Gutglas disse ainda que o parque terminou 2003 no azul, mas a
empresa não é mais obrigada a divulgar balanço financeiro, já que
fechou o capital. Disse que investirá até R$ 15 milhões neste ano
em melhorias no parque, com recursos próprios.
Gutglas culpou o aumento dos
impostos e do desemprego pela
crise do setor. Revelou que o parque -com capacidade para 15
mil pessoas- já chegou a receber
apenas 30 visitantes em um dia.
"Fomos muito castigados pela
chuva", disse ele.
Demissões
No próximo dia 26, deve estrear
a 16ª edição do "Noites do Terror". Será a primeira vez que o
evento deixará de ser realizado no
mês de agosto.
Segundo Gutglas, o parque mudou a data para inovar. Ele disse
que, em agosto próximo, também
vai realizar uma nova edição do
show, que chegou, no auge do sucesso, a receber 500 mil pessoas
em dois meses.
De acordo com Gutglas, a folha
de pagamento do parque caiu de
700 em 1995 para os atuais 500
funcionários. "Vamos também
devolver brinquedos e depois
comprar outros, bem como contratar mais gente para o Noites do
Terror. Precisamos nos adaptar
ao mercado."
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