São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007

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Mercado Aberto

Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br

"O céu não está tão azul", diz Delfim

A recuperação de ontem do mercado de ações provocou um alívio generalizado aos investidores, mas isso não significa que a turbulência iniciada na semana passada, com a queda da Bolsa de Xangai, já tenha sido superada de vez. Há ainda muitas dúvidas no horizonte.
Embora ache que o terremoto não seja tão grave, o ex-ministro Delfim Netto chama a atenção, por exemplo, para a dificuldade de interpretar a situação real do mercado de ações chinês, dado que a economia é centralizada.
O fato, segundo Delfim, é que esse susto mostrou que há algum desarranjo no mercado, principalmente na China. "Esse movimento reflete a primeira manifestação de desconfiança", diz ele. "O céu não está tão azul quanto se pensa."
Uma das lições mais importantes, no entanto, foi a de o Brasil, dessa vez, não ter sido tão atingido pela turbulência externa. No breve terremoto de maio do ano passado, por exemplo, o risco-país chegou a atingir 290 pontos e o dólar subiu de R$ 2,06 para R$ 2,37. Desta vez, o risco-país oscilou ao redor de 200 pontos e subiu de R$ 2,07 para R$ 2,15. Os efeitos foram mínimos.
O economista Roberto Padovani, do Banco WestLB, atribui essa reação positiva do Brasil principalmente à política de acumulação de reservas do Banco Central. O fato de o Brasil ter reduzido a dívida externa líquida foi fator determinante para evitar grandes oscilações no câmbio e no risco-país.
Além disso, Padovani diz que foi também a acumulação de reservas que permitiu a continuidade do processo de redução de juros pelo Banco Central. "As reservas foram fundamentais para evitar o impacto de uma crise na política monetária no país", diz.
Sobre a recuperação do mercado ontem, Padovani diz que ainda é cedo para se fazer qualquer previsão. "Recuperações como a de hoje [ontem] não me deixam tranqüilo. As idas e vindas ainda são grandes."

Empresa adota sistema de concessionárias

Especializada em carpetes e tapetes residenciais para as classes A e B, a Avanti lança seu projeto de expansão neste ano. A empresa usará o modelo de concessão de uso de marca. "Não é franquia porque não cobramos royalties", diz Rafael Lettiere, presidente da empresa.
Segundo ele, há também uma alternativa "light" para as novas concessionárias -uma versão em que o lojista pode deixar que a Avanti assuma todas as responsabilidades de logística, impostos e notas fiscais, enquanto se preocupa única e exclusivamente com a venda.
A rede conta hoje com quatro lojas próprias, transformadas em concessionárias em janeiro deste ano, e com uma franquia. A idéia é que sejam abertas outras dez em 2007.

COFRINHO
Será lançado em abril o livro "Moedas Brasileiras" (ed. Magma Cultural, 450 págs). A obra traz imagens de cerca de mil moedas, da mais completa coleção de moedas brasileiras, pertencente a Olavo Setubal. Um estúdio foi montado dentro do cofre da reserva técnica do Itaú Cultural para fotografá-las. O destaque é a moeda da coroação de dom Pedro 1º, de uma série de apenas 64, que não o agradou. O livro conta que, no ato da coroação, quando dom Pedro viu sua face estampada nas moedas com o rosto semelhante ao de Júlio César, ficou furioso e lançou a bandeja longe, já que ele se considerava um militar, e não um imperador. Hoje, menos de cinco dessas moedas ainda existem e podem ser negociadas por R$ 500 mil.

BAGAGEM
O CEO mundial da Philips, Gerard Kleisterlee, vem ao Brasil para os eventos de homenagens a Marcos Magalhães, que após 35 anos na Philips, vai se aposentar no fim do mês e será substituído por Paulo Zottolo. Na agenda de Kleisterlee, um almoço empresarial, no dia 23, no Hilton, em SP, organizado em parceria com o Lide (Líderes Empresariais).

MOTOR
As concessionárias de veículos foram destaque em volume de vendas no início do ano. O setor teve alta de 34,2% em janeiro em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista, que a Fecomercio SP divulga hoje. A facilidade de crédito foi o que mais influenciou este resultado. Já as lojas de autopeças e acessórios registraram, em janeiro, queda de 29% se comparado a janeiro de 2006, o pior resultado do varejo.

FRANQUEADO
O Brasil é o primeiro país a assinar acordo de cooperação na área de franquias com os EUA. O compromisso, fechado pelo Ministério do Desenvolvimento, estabelece um código de franquias, que estipula regras e a conduta ética de franqueadores e de franqueados.

EDUCAÇÃO
Será realizado amanhã, pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), em SP, o seminário Inventário da Educação Brasileira e Recomendações para seu Aperfeiçoamento. Entre os participantes estão Paulo Nathanael Pereira de Souza, ex-presidente do Conselho Federal de Educação, e Arnaldo Niskier, ex-secretário de Educação do Rio.

DE AÇO
O Sistema Usiminas vai investir na Unigal, joint venture com a Nippon Steel especializada na produção de aços galvanizados, cerca de US$ 25 milhões que permitirão à empresa ampliar a sua capacidade de produção em 12%. Em 2006, a Unigal atingiu produção de 446 mil toneladas de aço. A Usiminas detém 79% do capital da empresa, e a Nippon, 21%.

LANÇAMENTO
O empresário Ciro Lilla, dono da Mistral, lança amanhã, em São Paulo, sua mais nova importadora de vinhos, a Vinci. A empresa começa com 75 produtores e 700 vinhos. Alguns produtores são novos, como a Viña Tondonia (Espanha), a O. Fournier (Argentina) e a Kaiken (Argentina). A festa de lançamento contará com a presença de José Manuel Ortega Gil-Fournier, proprietário da vinícola O. Fournier, uma das maiores da Argentina.

EQUIPAMENTO
A ABB -que produz tecnologias de potência e automação e aumentou o lucro em 89%, em 2006- está modernizando as plantas da Dow Brasil, do grupo Dow Química. Pelo acordo, a ABB fornecerá sistema de automação baseado em mecanismo que aumenta a produtividade pela diminuição do retrabalho e ampliação da vida útil dos equipamentos.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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