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Bolsas têm dia positivo; SP sobe 4,9%
Bovespa registra melhor pregão desde maio de 2006; dólar recua a R$ 2,118
Mercados dos EUA, da Europa e da Ásia têm dia de recuperação, mas analistas
afirmam que a turbulência ainda não chegou ao fim
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado conseguiu respirar ontem. As pesadas perdas
amargadas desde o último dia
27 baratearam o preço de muitos ativos. Sem novas notícias
ou ruídos negativos, os investidores voltaram às compras, o
que deu alento às Bolsas.
A Bovespa, que havia caído
10,9% em uma semana, operou
em alta durante todo o pregão
de ontem e fechou na máxima,
conquistando valorização de
4,95% -maior alta em um dia
desde 25 de maio de 2006.
Nos EUA, na Europa e na
Ásia, o dia foi de ganhos.
Mas os analistas alertam:
ainda é cedo para afirmar que a
instabilidade que chacoalhou o
mercado mundial passou.
"Enquanto não houver um
novo sinal que desagrade aos
investidores, a tendência é a de
o mercado se recuperar um
pouco mais. As quedas dos últimos dias foram bastante pesadas", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul América
Investimentos.
O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, subiu 1,30% ontem. A Nasdaq teve alta de 1,90%.
Na Ásia, epicentro da atual
turbulência, a Bolsa de Xangai
alcançou ganho de 1,98%, ajudada pelo desempenho favorável do setor bancário. O índice
japonês Nikkei, que havia tido
seu pior pregão em nove meses
na segunda-feira, encerrou as
operações de ontem com valorização de 1,22%. A Bolsa de
Hong Kong subiu 2,11%.
Os mercados acionários europeus encerraram um período
de cinco pregões seguidos de
quedas. Na Bolsa de Londres, a
alta foi de 1,32%. Em Paris, o
mercado de ações se valorizou
0,97%. Em Frankfurt, o pregão
marcou alta de 0,92%.
"Como ainda há muitas incertezas em relação à economia
americana, cada indicador do
país será acompanhado de perto e terá forças para mexer com
os mercados", comenta Newton Rosa.
O resultado da produtividade
do setor não-agrícola dos EUA,
divulgado ontem, que aumentou a uma taxa anual de 1,6% no
último trimestre de 2006, foi
recebido com certa tranqüilidade. Analistas projetavam incremento de 1,4% na taxa.
Hoje será um dia importante,
com a apresentação do "livro
bege" -documento que reúne
dados econômicos dos EUA. Se
trouxer sinais que sejam lidos
como positivos, o mercado tende a repetir o dia de ontem. Mas
dados mal recebidos podem
prejudicar a recuperação dos
ativos financeiros.
Com os ânimos menos tensos, o dólar teve queda relevante diante do real. A baixa de
0,84% levou o dólar a terminar
as operações de ontem vendido
a R$ 2,118.
A recuperação das ações na
Bolsa afetou quase todos os papéis que formam o índice Ibovespa. Apenas a ação Natura
ON registrava baixa no fim das
operações, de 0,43%.
A valorização de papéis de
forte peso no Ibovespa foi fundamental para o resultado final
da Bolsa. O papel PNA da Vale
do Rio Doce terminou o pregão
marcando alta de 7,7%.
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