São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007

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Bolsas têm dia positivo; SP sobe 4,9%

Bovespa registra melhor pregão desde maio de 2006; dólar recua a R$ 2,118

Mercados dos EUA, da Europa e da Ásia têm dia de recuperação, mas analistas afirmam que a turbulência ainda não chegou ao fim


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado conseguiu respirar ontem. As pesadas perdas amargadas desde o último dia 27 baratearam o preço de muitos ativos. Sem novas notícias ou ruídos negativos, os investidores voltaram às compras, o que deu alento às Bolsas.
A Bovespa, que havia caído 10,9% em uma semana, operou em alta durante todo o pregão de ontem e fechou na máxima, conquistando valorização de 4,95% -maior alta em um dia desde 25 de maio de 2006.
Nos EUA, na Europa e na Ásia, o dia foi de ganhos.
Mas os analistas alertam: ainda é cedo para afirmar que a instabilidade que chacoalhou o mercado mundial passou.
"Enquanto não houver um novo sinal que desagrade aos investidores, a tendência é a de o mercado se recuperar um pouco mais. As quedas dos últimos dias foram bastante pesadas", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, subiu 1,30% ontem. A Nasdaq teve alta de 1,90%.
Na Ásia, epicentro da atual turbulência, a Bolsa de Xangai alcançou ganho de 1,98%, ajudada pelo desempenho favorável do setor bancário. O índice japonês Nikkei, que havia tido seu pior pregão em nove meses na segunda-feira, encerrou as operações de ontem com valorização de 1,22%. A Bolsa de Hong Kong subiu 2,11%.
Os mercados acionários europeus encerraram um período de cinco pregões seguidos de quedas. Na Bolsa de Londres, a alta foi de 1,32%. Em Paris, o mercado de ações se valorizou 0,97%. Em Frankfurt, o pregão marcou alta de 0,92%.
"Como ainda há muitas incertezas em relação à economia americana, cada indicador do país será acompanhado de perto e terá forças para mexer com os mercados", comenta Newton Rosa.
O resultado da produtividade do setor não-agrícola dos EUA, divulgado ontem, que aumentou a uma taxa anual de 1,6% no último trimestre de 2006, foi recebido com certa tranqüilidade. Analistas projetavam incremento de 1,4% na taxa.
Hoje será um dia importante, com a apresentação do "livro bege" -documento que reúne dados econômicos dos EUA. Se trouxer sinais que sejam lidos como positivos, o mercado tende a repetir o dia de ontem. Mas dados mal recebidos podem prejudicar a recuperação dos ativos financeiros.
Com os ânimos menos tensos, o dólar teve queda relevante diante do real. A baixa de 0,84% levou o dólar a terminar as operações de ontem vendido a R$ 2,118.
A recuperação das ações na Bolsa afetou quase todos os papéis que formam o índice Ibovespa. Apenas a ação Natura ON registrava baixa no fim das operações, de 0,43%.
A valorização de papéis de forte peso no Ibovespa foi fundamental para o resultado final da Bolsa. O papel PNA da Vale do Rio Doce terminou o pregão marcando alta de 7,7%.


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