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Citi descarta "descolamento" de emergentes
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Embora mais resistentes e
com reservas em caixa para
enfrentar a atual crise internacional, que tem os EUA como epicentro, os emergentes
não devem se apoiar na tese
do "descolamento" e deixar
de continuar melhorando
seus fundamentos macroeconômicos.
Para banqueiros e economistas presentes no encontro do IIF, embora os países
em desenvolvimento venham se saindo relativamente bem, as dimensões da crise
ainda não estão claras.
No encontro de ontem, Bill
Rhodes, o presidente do Citibank, banco severamente
afetado pela crise, mostrou-se bem mais pessimista do
que a maioria. "Existe ainda
um leque de indefinições, e a
escalada no preço do petróleo é apenas uma delas. O
avanço recente da globalização só mostra que as economias estão mais integradas.
Portanto, não vejo o "descolamento" como uma realidade econômica", disse.
Rhodes citou ainda a inflação como "grande ameaça"
entre os emergentes. "Nenhum esforço deve ser poupado para combatê-la."
Assim como outros participantes do encontro, o presidente do Citibank relativizou, porém, os impactos sobre a economia brasileira.
Lembrou que os investimentos no país crescem a uma taxa elevada e que os preços estão sob controle.
Para o presidente do Itaú,
Roberto Setubal, também vice do IIF, o Brasil estaria hoje "bem posicionado para enfrentar tempestades".
"As reservas estão elevadas, a inflação, sob controle,
e a situação fiscal é bem mais
confortável. O Brasil hoje
não precisa de dólares de fora, pois é credor. A situação
em relação ao passado é
completamente diferente",
disse. Setubal ponderou, no
entanto, que o atual nível de
integração entre os países faz
com com que uns sejam afetados de alguma maneira pelas dificuldades alheias.
Já o economista-chefe do
Bradesco, Octavio de Barros,
destacou a força do crescimento asiático para relativizar o impacto no mundo de
um desaquecimento da economia dos Estados Unidos.
Para ele, o argumento de um
"relativo descolamento" deve ser respeitado.
Barros afirma que a demanda dos asiáticos (com
China e Índia a frente) continuará firme o bastante para
puxar a atividade em países
produtores de commodities
como o Brasil.
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