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OUTRO LADO
Funcionários da Receita negam participação em irregularidades
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Três dos quatro funcionários da
Receita Federal envolvidos no esquema que pode ter provocado
rombo de R$ 1 bilhão nas contas
da Previdência negam participação nas irregularidades ou evitam
comentar as acusações. O outro
servidor não foi localizado.
Sandra Costa Silva, atualmente
lotada na Delegacia de Administração Tributária do Rio de Janeiro, disse à Folha que apenas cumpriu "os procedimentos normais"
exigidos para alteração de dados
cadastrais de CPFs.
"A falsificação existe no mundo
inteiro", afirmou a funcionária.
Segundo Sandra, as mudanças foram feitas com base em documentos que só depois se soube serem falsos.
Questionada sobre o mês de seu
depoimento à comissão de sindicância, disse que o caso teria ocorrido "há uns quatro anos". Informada pela reportagem de que os
depoimentos tinham ocorrido
havia quatro meses, Sandra afirmou: "Não lembro nem o que comi ontem".
Senha
Jorge da Glória Tavares, atualmente aposentado, disse que
sempre foi um funcionário correto. Ele afirmou que alguém pode
ter usado sua senha para "envelhecer" os CPFs.
"Não tenho nada a ver com isso.
Meu advogado é que está sabendo", disse. O advogado chama-se
"dr. Rosalvo", segundo Tavares.
"Mas não tenho o telefone dele
nem sei o sobrenome", afirmou.
O servidor disse que "ainda não"
recebeu nenhuma punição decorrente do episódio.
Valdir de Oliveira Filho disse à
Folha, no início da tarde da sexta-feira passada, que ele próprio usava sua senha para fazer as alterações cadastrais nos CPFs. Antes
de explicar por que o fazia, interrompeu a entrevista por telefone e
pediu para concluí-la às 17h. No
horário combinado, seu telefone
celular estava desligado.
Sigilo
Procurado pela Folha, o servidor Paulo Sérgio Palermo não foi
localizado nos telefones de sua residência e da central de atendimento ao contribuinte em Madureira, onde trabalha, segundo informações do departamento de
pessoal da Receita no Rio.
A Superintendência da Receita
Federal no Rio de Janeiro não quis
comentar o caso. Alegou que a
sindicância corre em sigilo e está
entregue ao escritório carioca da
corregedoria do fisco.
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