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Candidata já sonda nomes para dirigir empresa
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Volo do Brasil, controladora
da Varig Log, já está sondando
executivos do mercado de aviação
para ocupar a presidência da Varig, informou o sócio Marco Antonio Audi.
De acordo com Audi, a Volo
tem mantido conversas com executivos que conhecem de perto o
setor aéreo. Os brasileiros sócios
da Volo (além de Audi, Marcos
Haftel e Luiz Gallo) ocupariam
cargos no Conselho de Administração. Os planos para a companhia no futuro incluem aumento
da frota e de contratações, mas
num primeiro momento o número de aviões seria reduzido de 71
(54 em operação) para 48, e o de
funcionários, para cerca de 5.000.
O empresário afirma que a sinalização é positiva, mas que nenhuma das classes de credores aceitou
formalmente a proposta de compra apresentada no início desta
semana. Segundo ele, a paralisação da Varig pode acontecer a
qualquer momento, e os credores
deveriam optar pela salvação da
empresa. A oferta da Volo prevê o
pagamento de US$ 350 milhões
para assumir a parte operacional
da Varig. A companhia seria dividida em duas, e o passivo ficaria
com a velha Varig. De acordo com
o empresário, a proposta está
dentro da lei.
Para Audi, a proposta apresentada pela empresa pode não ser a
melhor, mas é a única que tem
condições de ser posta em prática.
"Não adianta prometer ficar com
todos os funcionários e aviões e
depois não poder cumprir."
Demissões
Segundo o empresário, os empregados da Varig já estão demitidos. "Eles não recebem mais salários, não têm cadeiras dentro da
Varig porque estão empregados
em casa. O que é pior nesse caso?", disse. A Varig conta hoje
com 10.400 empregados.
"O que defendemos é assumir
as aeronaves e o pessoal equivalente para uma empresa desse
porte. A Varig já está fazendo essa
reestruturação por meio da Alvarez & Marsal [consultoria norte-americana contratada para cuidar
da reestruturação]", afirmou. Para o empresário, o maior patrimônio da Varig hoje é o quadro
de funcionários. "Todo o resto está velho, como maquinário e
aviões", disse.
Comando americano
Audi descartou a hipótese de a
empresa ser comandada pelo fundo de investimento norte-americano Matlin Patterson, sócia do
empresário na Volo do Brasil.
De acordo com Audi, a proposta de investir na Varig surgiu há
dois anos, fruto de conversas com
um ex-funcionário da companhia
aérea. A partir disso, o empresário
afirma ter procurado fundos dispostos a investir como parceiros
no negócio.
A Volo do Brasil tem mantido
negociações freqüentes com a Varig. Nos últimos meses, ela realizou operações de descontos de recebíveis com cartão de crédito
que somam mais de US$ 70 milhões, segundo Audi. A maior
parte do faturamento da Varig
Log, cerca de 60%, dependia do
espaço na barriga dos aviões da
Varig. A Varig Log paga US$ 80
milhões por ano para usar os porões da Varig. Com isso, a ex-subsidiária precisava investir na recuperação da companhia. Com a
crise, os bancos passaram a negar
crédito para a Varig mesmo em
operações com boas garantias.
"Estamos dispostos a fazer novos
empréstimos se a Varig precisar."
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