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Dólar derruba tarifa de energia em São Paulo e Minas Gerais
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Vilão em 2009, neste ano o
dólar está ajudando a derrubar
a tarifa de energia. Os consumidores residenciais da CPFL
Paulista (que abrange 234 municípios no interior de São Paulo, incluindo Campinas), por
exemplo, terão redução de
5,04%. Para grandes consumidores, como indústrias, a redução chega a 6,64%. As novas tarifas entram em vigor amanhã.
De acordo com a Aneel
(Agência Nacional de Energia
Elétrica), houve uma diminuição de 25,4% no custo da energia comprada pela CPFL da hidrelétrica binacional (Brasil-Paraguai) de Itaipu. A usina
vende energia em dólar, que,
segundo a agência, estava cotado a R$ 2,25 em março do ano
passado, ante R$ 1,78 ontem
(valor usado no reajuste).
Os benefícios da valorização
cambial nos reajustes de tarifa
chegaram também aos consumidores de outras duas distribuidoras: Cemig (MG) e Cemat
(MT). Na Cemig, a maior distribuidora de energia do país, a redução para os consumidores
residenciais foi de 0,77%, e, para os grandes consumidores, de
até 10,81%. Na Cemat, os consumidores residenciais terão
redução de 2,59%, e os industriais, de até 4,74%.
Em Mato Grosso do Sul, no
entanto, a redução dos custos
com a aquisição da energia de
Itaipu não foi suficiente para
evitar alta na tarifa. Os clientes
residenciais da Enersul terão
aumento de 1,25% e os grandes
consumidores, arcarão com
reajustes de até 8,52%.
"Efeito gangorra"
Os reajustes de tarifa de
energia ocorrem uma vez por
ano. As distribuidoras das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste são obrigadas a comprar
uma quantidade predefinida da
energia de Itaipu, devido ao sistema usado para financiar a
construção da usina, nos anos
1980. Os empréstimos que o
Brasil tomou, na época, estão
lastreados na venda da energia,
em caráter compulsório.
A obrigatoriedade da compra
da energia de Itaipu produz um
efeito "gangorra" na tarifa de
energia das distribuidoras, que
passam a oscilar conforme o
dólar. No ano passado, por
exemplo, os clientes residenciais da CPFL Paulista tiveram
de arcar com um reajuste de
20,19% e a indústria viu o custo
da energia subir 24,8%. Na ocasião, o dólar subiu de cerca de
R$ 1,70 em março de 2008 para
R$ 2,25 um ano depois.
As próximas grandes distribuidoras de São Paulo a terem
reajuste são Eletropaulo, em
julho, e Elektro e Bandeirante,
em agosto e outubro. Caso não
haja alterações significativas na
taxa de câmbio, a valorização
do real também irá contribuir
para um aumento menor ou
mesmo para uma redução da
tarifa dessas distribuidoras.
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