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Bolsa de SP interrompe sequência de altas e cai 0,3%
Saldo de estrangeiros fica
positivo; dólar vale R$ 1,755
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A BM&FBovespa interrompeu sua escalada rumo a um
novo pico histórico. Vendas de
ações mais expressivas no fim
do pregão fizeram o principal
índice da Bolsa encerrar o dia
em baixa de 0,27%.
A divulgação da ata do último
encontro do Fomc (comitê que
define os juros nos EUA) não
animou os investidores. Isso
mesmo com o documento sinalizando que a taxa básica americana irá demorar para ser elevada -notícia positiva para o
mercado acionário. Em Wall
Street, o Dow Jones terminou
com leve baixa de 0,03%.
José Francisco Gonçalves,
economista-chefe do Banco
Fator, destaca que ainda "há
ruídos envolvendo a Grécia", o
que impediu o mercado de seguir em ritmo mais forte. "Especula-se que o país esteja buscando acordo com a União Europeia para conseguir um empréstimo, em vez de recorrer ao
FMI, pois não desejaria se submeter às condições mais rígidas do Fundo."
As Bolsas de Valores na Europa tiveram pequenas altas.
Parte desse resultado positivo
refletiu o fato de o mercado europeu ter ficado fechado na segunda-feira, quando as Bolsas
subiram pelo mundo.
Em Londres, o mercado de
ações terminou o dia com alta
de 0,62%. Em Frankfurt, os ganhos ficaram em 0,27%.
A queda de ontem representou para a Bolsa de Valores de
São Paulo o fim de uma sequência de seis pregões de ganhos
seguidos -que resultou em
4,16% de alta acumulada.
Depois de bater em 71.711
pontos na máxima de ontem
-em alta de 0,59%-, o índice
Ibovespa enfraqueceu, para
terminar a 71.095 pontos. A
máxima histórica da Bolsa são
os 73.516 pontos registrados
em 20 de maio de 2008.
Apesar de a realização de lucros -vendas para embolsar
ganhos acumulados- ter dado
o tom das operações de ontem,
os estrangeiros mantiveram as
compras de papéis brasileiros,
segundo operadores.
No ano, o saldo das operações feitas com capital externo
no pregão passou a ficar positivo pela primeira vez em 2010:
até o dia 1º, o investidor externo mais comprou que vendeu
ações no montante de R$ 119,2
milhões. Apenas em março, R$
3,15 bilhões em capital externo
líquido desembarcaram no pregão local. Essa entrada expressiva e crescente de dólares ajuda a explicar o movimento de
fortalecimento do real.
Dólar em baixa
Se a Bolsa alterou sua rota, o
mercado de câmbio manteve-se em linha com os últimos
dias. O dólar ameaçou ganhar
corpo, indo a R$ 1,772 no pico
das operações de ontem, mas
não resistiu e terminou em
queda. Vendida a R$ 1,755, a
moeda americana caiu 0,45%.
Desde janeiro o dólar não
descia a um valor tão baixo. No
acumulado do ano, a moeda
ainda registra alta, de 0,69%.
Ontem foi o sexto pregão
consecutivo de depreciação do
dólar. No período, a moeda se
desvalorizou em 4,10%.
O recuo expressivo da moeda
tem elevado as especulações no
mercado em torno da possibilidade de o Tesouro passar a adquirir dólares, por meio do
Fundo Soberano do Brasil
(FSB). Se isso ocorresse, o câmbio sofreria dupla influência
das ações do governo, pois o BC
já realiza, rotineiramente, seus
leilões de compra de dólares.
Por enquanto, o mercado não
prevê grandes flutuações no
câmbio nos próximos meses. O
boletim Focus, divulgado anteontem pelo BC, mostrou que
os bancos projetam, na média,
que o dólar estará em R$ 1,80
no fim do ano. Para o encerramento de 2011, a projeção é que
a cotação esteja em R$ 1,85.
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